quinta-feira, 26 de abril de 2007

Vou mandar-me de um penhásco
Para o mar e fazer
Deixar a vida de ter sentido!

Para saltar não pensei...
Enquanto caía o sentimento
Foi de entrega total a algo.
Algo que não sinto e não vejo
No dia-a-dia, mas que naquele
Momento plenamente senti.
Sendo esse também o meu desejo...

Não sei porque o fiz, porque morri.
Não sentirei mais nada.
Foi o meu último sentimento,
O de plena entrega.

Agora nada sinto, nem me consciencializo,
Nem nada, sou nada.
Mesmo assim não sei se voltaria atrás...
Abro a porta que tem escrito
Em diagonal escuridão,
E vejo luz,
Luz lá dentro, que me
Dissolve o medo.

Medo existente no ridículo
Mundo da minha mente,
Que quando testado na realidade
É destruído inteiramente,
Pela crueldade/fatalidade da verdade!

Irónico tudo o que se pensa...
Muitas vezes endireitado ou
Mesmo refeito pelos actos
No real.

Personifica ao máximo o
Sentimento, não o deixes
Evoluir fantásticamente,
Para um ser grande e negro...
Visto-me de nu,
E vou à rua,
Toda a gente olha,
Não sabendo porquê
Vou ao café,
Sento-me e peço um carioca de limão
E lá continuam a olhar para mim espantados!..

Levanto-me já irritado e pergunto a gritar:
-“nunca viram um individuo?”
Sou o maior miserável!
Esforço-me pela vida
Mas ela nunca acontece...

Sou a decadência do vagabundo
Só que somente na mente...

Quem me dera ser no acto do real também
Para ser verdadeiro ao pensamento.
Estar a dormir numa rua mal cheirosa
com jornais e cartão à minha volta,
a me proteger do gelo cruel
do exterior.
Aí sim! Seria verdadeiro!
Pedia cigarros.
Quando não os conseguia pedindo
Catava do chão pontas de cigarros
para que me antecedessem a morte...
Que verdadeira seria a vida.
Que realizado me sentiria,
Em perceber que o pensamento
Estava ao nível do real,
Que o conseguira
Realizar inteiramente.

Ah....o sonho...
Tou ali numa névoa de nuvem carregada
Que só deixa transperecer minha sombra preta.
Não me mexo, não pareço existir,
Mais pareço um manequim/boneco.

Passado uns dias vejo-me a dar um passo para o lado,
Um passo incógnito, discreto e timido.

A vida continuou e continuou, nunca mais me vi mexer.
Fiquei parado ali depois daquele misteioso passo.
Havia ainda individuos que íam de encontro
E se esmurravam em mim, mesmo assim
Como pedra continuei estáctico.

Ja me estranhava sair de casa e ver-me no fim
Da rua onde sempre chovia, parado sempre parado
Nem o minimo movimento ocorreu desde aquele
Estranho passo...
Que terá sido aquilo?
Estarei morto?...ja que parado estou à tanto?..

Num quotidiano dia, num em que não havia nada
De esperanças ou acontecimentos especiais,
Olho para o lado e lá continuo eu parado, sento-me
Num banco da rua e enquanto olho para mim no
Fim da rua, enrolo um cigarro.
Quando estou a pegar no isqueiro para acender o
Já feito cigarro, vejo-me a dar um gigante salto
Para a frente a perfurar as nuvens de chuva,
E a correr com todas as minhas forças para a
Frente até desvanecer no horizonte de maneira
Incompreensível(para pessoas)...

Acendo por fim o cigarro deixo-me sorrir e penso
Para mim mesmo—“...já era tempo!..”
Onde é que te puseram?
Por onde andas?
Em que local desconhecido?
Para onde fugiste?
Porquê?

Já não te vejo nos outros,
E por eu ver e os outros não,
Invês duma divindade,
Serás uma maldição?

Eu tenho-te constantemente
E fome tenho de partilhar,
Mas os outros,
Muitas vezes por não compreenderem,
Acabam por discordar.

Caminho contigo e
És um peso pesado,
Mas o teu lado divino
Compreendido e aceite
Como correcto para mim,
Acaba por ultrupassar o peso
E transforma-se em leveza
mas isto sozinho,
só sozinho.
Olhas à volta,
Vês pessoas,
Conheces algumas,
Pelo modo de falar,
Os tickes e movimentos típicos
São a tua gramática da vida social.

Estás no meio de nós,
Mas não estás entre nós,
És para mim uma pessoa fantástica,
E interessante como uma
Raça em vias de extinção,
Fascinas-me.

És um, que desistiu,
Que desistiu da via civilizacional(social),
Escolheste a decadência
Que nada tem de decadente...

És algo que admiro,
E que muitas vezes ao chegar a casa,
pelas ruas estreitas
Desejo ser,
Por momentos,
Um vagabundo real.
Grita cabrão!
Para quê calado estar?!
Não tentes falar baixinho,
Grita porra!

És tão pequeno, tão insignificante,
Tão mais um.

Se gritasses existias ou pelo menos
O mundo acreditaria que sim.

Assim és mais um idiota.

Porra, este mundo civilizado não é nada!

Existir neste mundo, o existir exteriorizado
Digo eu, é ousadia é foleiro é sinistro.
É o carálho que vos foda!
Vão todos pó carálho, formigas
De merda robôs autómatos!..

Eu como não sou de facto mais um,
Estou sozinho ou quase,
E tenho de me regir pelas
Vossas merdas!

Que tristeza.

O ser superior é incrivelmente reprimido pelas infinitas ovelhas.

O ser superior é forçado a sentir-se sozinho.

O ser superior que sou eu e
Muitos mais, tem dificuldade
Em se expor em todo o seu explendor!

Qual a solução? Perguntam alguns.

A solução mesmo é desprezar totalmente
As ovelhas e ser esse
Ser superior, criador,
Sem qualquer radar de ousadia.

A distância é essencial para mim e tantos outros,
Só que só costuma ser sentida,
Mas tem de ser realmente criada.
Para ser tudo o que se é de grande,
Tem-se de mandar mentalmente
Os infelizes pó caralho!

A distância é a destruição da barreira que nos encolhe.
Criei aquilo,
Criei tambem aquela coisa,
O que não criei foste tu.
És nova aqui, nunca te tinha visto...
Tudo à tua volta fui eu que fiz crescer sabias?...

Mas tu aí estas no centro,
És um intruso à minha vida.
Não gosto de te ver aqui, ali ou mesmo aí.

Shouuuu da minha criação,
Não pertences aqui, és um mero erro,
No relógio do destino.

Sai daqui, que aqui, fazes-me sentir mal,
E eu claro que mal não posso reinar
O mundo...

Ainda por cima não percebes a minha língua.
Terá de ser á força...
Terei de te matar por momentos está bem?
Claro que não respondes, não percebes,
Mas sinto-me melhor fingindo que me entendes...

Vá, terá que ser...
A vida ao começar não é nada,
Ao florescer cresce,
Ao querer que cresça nasce!

Olho e vejo algo que não compreendo mas sinto....
Sinto flores em extase,
Orgulhosas dos seus exorbitantes
Vermelhos, amarelos, laranjas.
Lutam contra tudo o que as
Possa porventura esconder.
Lutam com o propósito
Que nada poderá
Jamais esconder
Sua beleza...
Junto ao cão de cristal,
Duma casa abandonada,
Está um individuo adolescente...
Ele olha para baixo,
Com um casaco castanho
Mexe nas mãos, nos dedos
Na cara, naquilo que ele
Pensa que é a sua própria
Pessoa, esta tão incrívelmente
Perdido, que não sente
Rigorosamente nada à
Sua volta, e só e
Só sente, ele, a
Sua cara os seus dedos,
As suas mãos,
Nada mais,
Nada mais porra!!..
Esta algo ali.
Oiço um uivo de sofrimento,
Ao longe mesmo muito longe,
Algo se mexe no meio dos arbustos.
Vejo papeis escritos com matéria,
Que comparando
Com a vida não existem.
Vejo humanos miniatura lá
Em baixo, a quererem me subir
Os pés...
Eu sacodo-os, mas eles continuam,
Continuam a morder.
Não gosto nada que me mordam.
Como vejo que não há outra alternativa,
Sacrifico-os a todos,
Para o bem dos gigantes, como eu.
Ergo as asas e faço uma visita
Aos céus, minha escola de aprendizagem...

Levei um tiro!
Estou a cair!
Devem ter sido as miniaturas humanas!

A poucos metros de ter uma
Morte certa,
Cuspo sabedoria
Para a minha ferida...
...e de novo voo como se
Nada de mal tivesse acontecido...
Destru-o o teu coração
E o meu e
Viro-me contra o
Horizonte e berro
Vai-te embora!
Sem qualquer
Obrigação, sentimentalmente
Obrigada, caminhando de patins em linha,
luto contra o nevoeiro
que vem de encontro a mim
como um infinito fantasma.
Salto e desvio-me de todas as merdas no chão,
Levanto o dedo do meio aos zombies
Abismados pela sociedade
De consumo,
Capitalmente devoradora
De mentes.
Viro-me e –“alguem atrás de mim!!”
Quase a me apanhar!
Vai rápido
O cabrão!
Mais que eu.
Gasto os últimos 15%
De energia
Do meu cadáver andante.
Fugo, fugo, fugo,
Tou a ganhar terreno,
Tou a ganhar terreno,
Vejo elefantes voadores,
E pirilampos zumbidores,
De luz ardente nos olhos.
Derrepente, vou de cara
Ao chão molhado de sangue.
Antes de desmáiar reparo que o ser que me seguia era.....
EU!!!
Sangue ardente
Obstrui o
Pensamento
Coerente e
Dá lugar
Ao desejo, ao fogo,
Ao incontrolável,
À vontade ilimitada!
Tás longe sei que não te posso
Ter de momento aqui onde estou,
Perto de mim,
Mas na mesma ferve em mim
O desejo de te aqui ter!
Pancadas brutas,
Sussurram meu corpo,
Dormitando o racional,
Realizando desejo ficticio
No real,
Mas tão possivel, impossivelmente na mente,
Que dói,
Dói muito,
Minha princesa.
Sou o guardião
Do meu grande eu.

Sou o eu civilizacional.

Guardo o meu
Eu tesouro,
Para ocasiões de riqueza.

Sou quem controla a
Entrada e saída do meu
Grande eu.

Volumoso o meu mestre.
Eu sou intermédio
Entre o mundo
E o meu mestre.

Ele cá dentro é
Enorme, nem imaginam.

Mas eu tenho de o
Orientar, quando
Deve sair e quando
Deve entrar.

Longe está de ser
Civilizado, o grande.

É um ser grandioso,
Convicto e superior.
Estou aqui para o
Servir,
Para o avisar,
Para o comunicar
Das historias do exterior.

Ele com supremacia,
Toma as decisões
Cruciais e
Eu por vezes
Por serem excessivas,
Regulo-as
Para serem
Compreendidas no
Exterior,
No mundo.

É, é grande o meu
Mestre....
Sim, não tenho o
Acompanhante divino,
Mas também sem ele
Torno-me deus supremo
De mim mesmo e de mundo meu.

A divindade sou eu mesmo.

As regras valores e morais
Sou eu que giro
E regularizo.

Sim não tenho
ele a me olhar,
não tenho esse cobertor
que aquece,
mas ao mesmo tempo
cobre o resto do mundo.

Eu não quero que me escondam nada.
De que vale algo
Se não total?
(Com o infinito do fatal)

O vazio de não haver
Mais nada,
Também me agrada.

Este sentimento de que
É o que é,
E não há um aquecimento
Pronto onde me
Refugiar.

Este vazio de vulnerabilidade,
É para mim
O fascínio da vida.
Pedras nascem,
E voam
Repentinamente
Para o horizonte.
Todos olham, na
Esperança
De saberem o que
Elas pretendem.
Há pessoas a saltar de alegria,
Outras numa
nuvem de chuva,
choram consecutivamente.
os sentimentos
inauguram-se,
mais uma vez,
na flor do tecto
do céu.
Está tudo a sentir pelas
Pedras.
Umas já nem se vêm,
Já tão longe
Que estão.
Outras seguem,
Seguem suas líderes,
Na vontade de ultrupassar
Barreiras terrestres.
Umas caem
De cansaço,
Já não há folgo!
Outras mais fortes
E resistentes mantêm-se
No ar,
A sobrevoar
A plateia animal
E racional,
Que os serve
De produtor de
Confiânça e ousadia
Por tal poder de iniciativa.

Até que uma luz
Sobrenatural invade
A visão e
Penetra todas
As pedras e caiem elas todas!

Quando se levantam são deuses humanos!!!
Onde estás?
Onde está a
Tua essência,
A tua carência,
A tua criança dentro
Dessa personagem
Tão bem encenada?

Onde posso havistar
Pureza em ti?
Puderei eu confiar em ti?

Penso que não...

Que desilusão,
Saber que a maioria
Dos humanos se escondem
Por intermináveis
Cortinas.

Mas escondem-se
Do quê?
É a minha grande
dúvida...

escondem-se de si mesmos,
so pode ser isso,
é a unica razão
capaz de tal
desilusão
em mim.

Cansam-me as
Vossas personagens.
Encenam para quem?
Eu não gosto de vos ver...

Não vos consigo chegar perto.

Estão tão longe,
Tão longe do núcleo...
Não querem esse calor?
Luz, luz, luz,
Que tormenta.
Luz,
Que me cega.
Pára quieta!
Vai-te embora,
Não te quero aqui,
Quero-te longe!

Se tou escuro,
Deixa-me está-lo,
Não quero luz
Quando tou escuro,
Só me afoga
A luz,
Só mais me grita,
“tás escuro!”

Escuro, negro,
Não há problema,
Se me sinto assim,
Sinto...
E depois sim pode vir luz.

Mas luz só quando a desejar!
Dilema entre ser arte
Ou ser humano.

Fazer com mãos humanas,
Coisas que ultrapassam a morte.

Ser superior,
Mente reprodutora sem sexo.
Criação ilimitada
Razão da tua existência.

Sabedoria vinda do ar,
Vindo do ver,
Tocada na 1ª mão,
Virgem de exploramento idêntico.

Toco no céu,
Porque o crio.
Ai o fogo
E tremenda
Dor de cabeça
Que me suga
A harmonia,
E empate
A
Alegria.

Todo este barulho
De responsabilidade
E culpabilidade
Do mundo.

Todo este ninho
De silvas,
De ficção,
Todo este, “é melhor não”,
Todo este medo.

E a sede,
O desejo, a
Ambição, para
Onde vão?

Deram no inverso,
Não é?
Tornaram-se repressão,
Perversidade e obsceno
De tanto oprimido
O desejo.

Ai, sociedade minha,
Tanto para trás
Queria doenças,
Doenças enormes
Capazes de levar
Tudo consigo.

A tua decadência é
Contagiosa
E monstruosa,
Mas na mesma
Saio porta fora,
Acendo um cigarro,
Lanço-te um olhar divino
E fumo
Em harmonia.
Rasgou a cerca
Da mente arrumada
E carregou
A espingarda
Da angústia
Da vida.

Rrrrrrrrrr...
Que sangue venenoso
Que me em(bate) na mente.
Ferve emoção em mim.
Rasga o equilibrio
Ridiculo dos seres humanos.
Assa, assa a carne
Humana assa
De emoção sobrenatural
E foge ás ideias
De harmonia
Pois ela não existe!

Sangue, sangue,
Vermelho
Floruscente,
Queima a racionalidade.

Sai daí,
Sai daí,
Merda de doenças
Sociais, morais
E catedrais.
Velhos corcundas
Virtuais que sustentam
Esta sociedade
Triste.

Salta e atropela
O humano que há em ti.
Sê essa emoção
A ferver de vida
Seja lá qual ela
For,
É vida!

Viver é ridiculo
Só um dia de vida
Tem sentido...
Num bosque
Verde,
Onde vivia
Simplicidade, harmonia e vida,
Escuro entrou
E a luz desapareceu.
Deixou de alimentar
Os seres.
Carecendo de clientes,
Mudou-se para
A terra do nunca,
Onde as crianças
São assíduas clientes.
Amávelmente a luz
Dá-lhes tudo o que querem,
Que não é pouco,
Pelo contrário,
É tudo eterno e infinito.
Mas a luz sacia
Elas,
As belas crianças
Que vivem...
Cuidado!
Corre, corre!
A luz ferve
Nas costas.
Salta! Olha o morto no chão!
Corre, corre!
Que ela aproxima-se
Foge!
Cabra dela,
Não pára de se aproximar!
Cuidado com a mão dela
Se te apanha
Perdes.
Foge, foge!
Cuidado!
Aí à direita
Uma rua sem saída.
Olha ali uma gruta,
Salta para lá!
Ela passou,
Mas está nas redondezas.
Esconde-te e agazalha-te.
Cobre os sentimentos,
Cobre-os rapido
Que ela os cheirará!
Não!
Está a voltar!
Deve ter sentido
Um,
Um daqueles altos
E intensos.
Não há saída,
Não há saída porra!
Agarrou-me!
vou perder,
vou perder,
merda!
Ahhhh...
Diminuío de tamanho... (o monstro)
Está assim como eu,
Tão linda
Tão femenina,
Tão querida,
Pergunta-me:
Onde andavas (tu)?
Ao que respondi:
Sinceramente não sei...

Do que fugia eu?
Ahhhh...

Quem me dera ser um rafeiro,
Mal cheiroso e feio,
Que toda a gente desprezá-se
E já tivesse como ideia
Pré-defenida que sou de rua
E ninguém me quer.

Ahhh...
Quem me dera ser esse
Rafeiro,
Que anda em 4 patas
Todo porco e ninguém
Se rala com isso.

Todos desistiram de mim
E nada tenho a provar
Porque sou porco
Dentro e fora.

Andava por aí,
Fazendo qualquer coisa
Que a minha bela intuição livre
Mandasse.

Fazia-o sem ponderar,
Porque ninguém me daria
Atenção.
Pois ninguém gostava de mim
E nada tinha a satisfazer
Se não a mim mesmo.

Era assim verdadeiro a mim.
Sem nada ter a ver nos outros
Se não,
Que eles
Não eram tão livres quanto eu.
A rosa de um
Sentimento que floresceu
Dum acontecimento
Inesperado
E supresa.

Renasce agora a
Vontade de viver
E se necessário de renascer.

Olhos abertos,
Focados num
Destino existindo
Somente
No pensamento.

A fala flui e desenvolve-se
Como se não houvesse
Nela racionalismo.

Flui e mais fáceis
Saiem ideias que
Não tendo sido criadas,
Criam-se agora
Ao sabor do vento.

Toda a gente mente...