Inalo o fumo da vista
E escolho outro cigarro da algibeira
Esta funda que nem saco do lixo
Requer pericia para se encontrar
O que se procura.
Deambulo que nem um preso solto
Que já não sabe o que é
Cuidar de si
E só se alia ao que manda em si.
Corpo lá anda sozinho,
A mente com brutas
Paredes de aço maciço
Só deixa ver o que não faz sofrer.
Custa a subir as escadas,
Velho por dentro
Podre mesmo de tanta vida reprimida
Sem aparente razão.
Sou aquele que não
Pede perdão mas que o sofre
Para sempre bem dentro
Do coração.
Sou aquele que se finge quem foi
Para não mostrar
O que não é
Que agora é.
Sou aquele que vive
Querendo morrer
Mas sem o querer realmente
Vive contrariado.
Sou aquele que foi
Abandonado e não querendo
Perder o que lhe foi dado
Deixou de ser quem era.
Sou aquele que hoje não é nada.
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