Que na sombra do amor
Nasce o sonho da vida.
Luz nascida do de novo acreditar.
Amanhã…que desperdício.
Acontece hoje e o ar, o vento e o sangue
Se inauguram a cada encontro que reconhece a morte.
Vive-se a eternidade então.
Sonho de criança e as mãos calejadas
O bastante para construir e erguer o sonho menino.
E em noite de lua cheia
O mar encanta-me estas linhas fazendo de mim
Um veículo para o sem fim.
24.
Pensei hoje nisto…
1/3 de minha vida
É o que, em parte, significa 24.
Mas não reconheço o tempo
Já que a eternidade é a cada momento.
Sorrio ao próximo
E o acredito
Porque é como sorrir a mim.
Nestas paragens retorno a casa
E vejo que já não é.
Sinto-me aqui preso, inseguro
E onde me chamam parece ser minha actual casa.
Concedo-me ao nervosismo e ás potenciais
Incoerências da realidade
Pois já não suporto a fantasia infantil do meu ego.
Que sou um universo, muito bem.
Mas não me já basta ouvi-lo e vê-lo ser
Nesse mundo cósmico
De profecia por outro fazer.
Que essa profecia é tão vasta e meu tempo aqui
Tão escasso…
Que quero vivê-lo com o devido respeito e coragem.
Acaba o sonho da mente,
Porventura começa o do corpo.
Sossego quem de mim
Me quer ver preservado,
Sempre acreditando-me eterno...
Não o sou.
E nisto me contemplo como veículo.
Não mais fim mas apenas um meio.
O fim é dos deuses.
Eu apenas sou humano,
E quero sê-lo.
E quero sê-lo.
Vim para aqui de braços abertos
E levei na tromba.
Depois fechei os braços e vi que cá dentro
A filosofia dos braços abertos funcionava.
Mas saltando de uma e outra pedra voadora
Cansei-me de não sentir minha própria e
Devida gravidade.
Hoje não tenho fim
(talvez principio)
Porque já tenho em posse o Meu fim.
A morte é um bom aliado
Para quem tanto acredita na vida.
Nivela as montanhas da alma
E as estica em planícies de horizonte.
É coerente a morte.
É um deus justo.
Quem sabe, o único.
Quem sabe, o único.
Talvez daí um bom aliado para quem
Em tudo acredita:
Acaba por permitir realizar tudo!
Mas tudo nunca nada é
Se não entendermos o nada que o tudo é
Com o amor.
Outro deus, o amor…
Claramente o oposto da morte.
De justiça o amor nada tem.
O amor acredita.
Nada, a meu ver, realiza em terra,
No real.
No real.
Do encontro entre o amor e a morte
Honra-se e se realiza um novo antigo universo.
Contemplam-se as feridas e o cancro
Com respeito e compaixão,
Nem uma pinga de medo,
Nem uma pinga de medo,
E tudo volta ao supremo vital.
A morte nada pode dizer ao amor
Nem o amor à morte.
E é por isto que, para o ser humano
Que às duas concede o seu espaço,
A vida mortal
É a cada momento imortal.
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