Não, não quero ver isso
Porque sei que se esconde
Uma catarata
De agua preta atrás...
Eu sei e é por isso também
Que não me deixo ser
Por completo.
Não dou liberdade total
Ao monstro que vive atrás
Da criança inocente e magoada.
Vive algo atrás de mim
Que conheço parcialmente.
Comigo ele não é problema
Até me leva longe na mente
E na compreenção,
Mas com o mundo,
Com a minha vida,
Ele era capaz de me matar
Se o deixasse ser,
Sem limites civilizacionais
E racionalmente saudáveis.
Encontro-me sempre
Entre o simples e fútil real
E a minha ambição, visão
Monumental.
Acredito conseguir ser
Quase divino,
Sentir-me maior que o mundo,
Maior que o real,
Maior que tu e tu,
Ser eterno harmonioso,
Ser simplesmente sem consciência excessiva,
Ser somente
Sem fim...
É esse o meu grande medo na vida,
O medo desse monstro partir
As amarras
E soltar-se e eu
Adorá-lo assim vivo,
Liberto sem ninguém a
Controlar
E ele levar-me à minha
Propria extinção,
Por ser superior a tudo isto...
1 comentário:
ai meu deus... tu, só tu.
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