domingo, 2 de março de 2014

Ah,
que o que eu queria era descansar 
noites e dias em plena alegoria de meus sonhos 
desaparecerem e me não mentirem mais.
  
Os desejos e ímpetos irracionais  
que surgem...
Coisas tão absurdas e sensatas.

Oh, mas a sensatez é coisa de pensador 
que tem o que comer e veste a vida a perder.

Coisa da vida é andar,
deixar fluir,
lidar com a desgraça trazer 
outra que lhe estará grata.

Tanto cansaço,
a descrença no dormir
(embora que durma),
coisa dura,
dura e dura.

Mas é impossível descansar, 
é impossível "pedir um tempo"
à vida. 
Pois ela é 
e nós nos temos só de resignar a isso.

Habituado à guerra invisível que sou,
só sei dela e o resto,
muito bem que existe 
mas só.

O desafio,
o ir além,
mesmo que sem forças 
e até (quase) algum desdém.
Ir. 

Ir e deixar o sei lá nos governar
como deus de quem não o vê
e só sente.

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