E existo criado,
Não por mim mas por algo,
Que me faz momentâneos
Golpes de estado.
Existo esquecido do que fui e era
E lembrado sempre
De que me sirvo
Acima de tudo.
(mas) não a mim,
Sim, a um algo.
Ao ler o que escrevi,
Quando ainda vivia,
Aprecio a inocência
De se exprimir
O que se vai vivendo…
Hoje não vivo
Mas penso,
Analiso, e quem sabe
Invento vida.
Pois de ler o que escrevi,
Comparando com o que escrevo,
Antes escrevia vida
Hoje pensamento.
Sou, enfim,
Criador de mim,
Não de arte mas de, sim, existência.
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