A única razão
Com que eu descubro
Com facilidade aparente a verdade,
Que não existe,
Da existência
É porque o que eu
Desejaria efectivamente
Era estar a viver.
Desprezo isto de pensar
E saber escrever.
Antes me seria mais difícil pedir um café
Que explicar a razão do homem
Ter de crer numa qualquer religião.
Difícil para mim é resignar-me
Ao espaço envolvente,
Á vida e ás pessoas
Que me rodeiam,
Isso sim para mim é difícil.
A incomunhão com que
Nos socializamos
É-me inverosímil!
Não compreendo
Esta conversa prática
E metódica sobre o nada que não somos
Que estamos a ser.
Desprezo qualquer inteligência,
Queria antes ser cão ou tartaruga,
Melhor cão, sim, só teria de agradar o meu dono para ser feliz.
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