Elaborada singela produção,
Inaugura espectáculo noite dentro,
Queria uma tão tamanha,
Que logo tropeçou na gente que não veio para ser espectador…
Engana-se o destino com o acto de cobardia
De se pensar em si para fazer para os outros.
Banca-rota, não mais espectáculo
E as incessantes ideias engolem-no a mente
Enquanto os empréstimos se encarregam do corpo.
Vazio de vagabundo.
Grande promissor industrial da cultura e arte,
Pede cigarros e esmola
No cruzamento da rua doutor João Pires com a rua Adelaide Reis.
Coitado, quem o vê não sabe
Mas ali jaz um homem
Que de futuro morreu presente
E a sua aura,
Antes abrangente,
Hoje se queda como que inexistente.
A lei dos homens como toda a lei
É cruel a quem não a ela se submete.
O artista morre prematuro
Se verga as linhas do destino.
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