Concebo-te em ignorância e me dás vida além da concebida.
Ignoro-te por vezes porque me enganas a realidade pensando-a tua.
O que meus olhos vêem, seja pedra ou flor, sente a minha mente com o coração dor.
Deslizo o chão parado e atrasado chego sempre a algum lado.
Realidade, que me é permitida, só depois de digerida flui meu pensamento de agora.
Manadas caminham à porrada por mim sem que ninguém lhes bata, a porrada é lá dentro,
em silêncio...
Fui demais para mim cedo e cristais de um tal enredo, feitos diálogo sem sossego...
Gastei-os mas os encontrei novamente.
Tê-los agora em mão é segredo mas num sorriso ténue te os partilho.
Maravilhas sentadas a bocejar.
A lente dos óculos reflectindo o sonho do cego.
Ter-te agora em matéria física.
Vi meu sonho se tornar real e não lhe sei dizer aos outros.
Mas o que há a dizer?
Nascentes, fontes e cascatas me são as coisas pequenas que os outros não vêem...
Desce o carro, faz barulho, grita ela da Guiné e o puto marroquino dá um pontapé na bola.
É golo!
Grita um outro.
Martim Moniz ou assim parece...
Mas não, estou no meu quarto.
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