sábado, 9 de julho de 2011

Sim
Começo aqui
Uma ordem de ontem
Treinado pelo hoje
Fará um belo amanhã.

Que queira
Quem me queira
Que é para eles
Que a faço,
A vida.

Julguei-a perdida
Em tempos
Mas com prazer
A vi resistir.

Depois
Cansado de a resistir
Lá brotou
De novo em mim
Numa mesma cor
Mas mais nítida
E brilhante.
Coisa do tempo,
Coisa de mim.

Parou-se a carroça
E saltei para fora,
Que já não tinha
Dinheiro para a boleia.

Fui a pé
E o quanto eu vi!

Foi minha vida o que vi.

Sempre sentado no café
Ou deambulante
Pelas ruas da nocturna cidade
Segui e segui.

Muita gente toquei eu,
Muita gente eu nunca vi.

Conversas de sábado
E algumas de domingo
A noite do fim
Principio sim.

Esqueci preposições
De galantes estandardizações
E fui a pé,
É verdade,
Por mim.

Escolhi um tempo
Que era o meu
E visitei quem
Me queria
Por satisfazer.

Um canto que me dei
Foi terrível
Depois o aconcheguei.

Tinha febre e angústia,
Amargura também.
Mas tudo passou
Quando nela toquei.

O tempo me reconheceu
E mandou-me ela para mim.

Daí fui sempre dela
E deixei de ser de mim.

Para quê ser de mim
Se hoje temos um filho?

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