quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Enfim silêncio,
Parou tudo.
Fica lá atrás o mundo
E eu canto
A mais doce solidão
No cumprimento sensato
De minha missão.

Vou ao teu encontro
Porque vou ser
E sendo
Sei que te verei ser,
Como eu,
Mas mais como tu.

Adeus tempo de memórias
Olá tempo de acção.

Vamos progredir
Por onde houver a ir
E o resto não é,
De facto, da minha conta.

Sou um corpo,
Uma vida,
Faço deles uma disciplina
De sonho pragmático.

(Uma prece escondida
Em dias que ainda
Não eram meus,
Eram menores,
Porque era eu de alguém.)

Sozinho no espaço
De me entender disso,
Os fracassos têm um só tempo
E esse já passou.
A vitória é uma certeza
Pois tem que a ser
Para os pés andarem com vida
E não porque tem de ser.

Aurora ainda escura,
Amigos longe e tantos
Desconhecidos ainda…

O futuro é a minha promessa eterna
E insensível
Pois não existe.

Falar de calma ao mar,
Sangue na acção.
Colher das ruas
Essa já nossa comunhão
E despedir-me de tudo
O que não sou.

Para sempre haverá,
Para sempre…

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