quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Passa o tempo de descuido,
Abrange a espada do desespero
Em vontade de matar interior e anterior
Quando é a pressa de viver
Que me sangra inocência.

Amanhã haverá a descrença
Pois o que acaba
Cansa de conclusão
Mas hoje há o espaço de conceber
A guerra, o sonho.

Quietinho no canto de outrora
A febre gera alta comunhão
Que esquece corpo e fala
E voa alto a crença em nada.

Jubilo de puto que lembra
A morte com um sorriso.

O velho que era e que serei,
O jovem terno que me tornei.

Só quero abrir os braços
E agarrar alguém
Mas sempre me
Fujo para onde quem há
Já tem ninguém.

O calor do druida
E a secura da puta
Que me comeu a fecundidade!

Nojo à autoridade palerma
De tromba flácida que me lembra
O meu pai.

Descuidos de felicidade
Esquecem-me no canto da janela
E não mais me vejo com ela
E tão pouco com alguém que me seja
Alguém.

Gero o tempo com disciplina
E a minha vida é uma guerra acesa
Assente em aparente passividade.

Gosto dos falhados e dos tristes
Por os poderem ser…

Eu por ser eu já me resolvo em conquista.

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