terça-feira, 31 de julho de 2012

Surrealismo

"O mais simples acto surrealista consiste em precipitar-se pela rua, de pistola na mão e, disparar ao acaso, tão rapidamente quanto puder puxar o gatilho, em direcção à multidão."

André Breton

sábado, 28 de julho de 2012

O amor à distância gera mitologia, arte, fantasia e por fim loucura, loucura criativa(positiva). Viver torna-se num trazer esse amor onírico para a terra agreste do presente, e da acasalação entre os meios se continua a mitologia - cada vez mais longe da verdade que foi, cada vez mais perto da verdade. A sede desta pessoa condenada é criar e compreender o seu demónio. (No fundo é um ser muito estúpido como um cão que quer morder a sua própria cauda.) Viver se torna uma missão não de lidar com o presente mas de o ligar ao passado para espaçar o futuro. A ironia disto tudo é que é o mesmo que se inflige ao primeiro passo, de resto o leva a arte. Concordando com a realidade, observa-a como fonte de vácuo que se conecta ao tempo. Aquele tempo que persiste e sempre existe no coração de quem cria. O único viver hoje possível e capaz de nobreza é o de artista que cria, recria e compreende o seu mundo - o único hoje que o liga ao mundo dos Deuses. Aquele que sempre foi, sempre será: a Natureza. Passando por aqui e por ali, seu pensamento sempre se pesa e poisa em si. Não há espaço real para quem cria pois ele se matou, vive morto, fruto da impossível tarefa a que se propôs - saber a verdade por detrás do que sente.
Podem acontecer muitas coisas na vida que nos distraiam do nosso caminho, no entanto não há coisa que mais desvirtua um homem ou uma mulher que a resistência. Ela é a grande culpada de todo o infortúnio humano. Não resistas, aceita. Aceitando puderás tanto a ti e aos outros mostrar o que sentes perante o que te (antes) causava resistência. Falar a solução? Tão pouco quando dentro da cabeça de quem fala não há fala(interior). O silêncio é nobre e essencial para quem se muito fala e entende. Há que ter cuidado com o que de dentro vem para fora porque afinal é de dentro... É preciso ser sábio dos seus instinctos e pensamentos, emoções para os poder brotar para fora com tranquilidade. Viver é uma arte para a qual poucos têm habilidade.
Há que dar tempo ao tempo.
Todos nós sofremos
uns mais outros menos.
O que interessa é o quanto desse sofrimento conseguimos levar para a  LUZ.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

I see dead people.
As coisas acontecem. Nada se pode denegrir pois está feito. No feito se queima a ideia e no ideal nasce uma qualquer chama que inova tudo à volta. Ao canto um chão e no entanto voo sem qualquer pousio onde me ver, se quer sonhar. E tão pouco me esqueço... Além. Passo firme de quem não tem. Toca o acento da palavra que me dizia algo mas caí entretanto e sofrer parece de menos para a consciência a que cheguei. Além. Haja tempo para glória aparecer. Se renova o dia com a noite e tudo chora e sorri como madrugada da vida.
Subo as colinas
Que chamam a vida
E só vêem ventos
Me comer a esperança,
Levá-la para longe.

O norte não me alcança
E sigo um rumo pré-definido.

Há quem sonhe
E há quem viva.
Difícil os dois,
Difícil os dois…

Seguir o encanto
De quem contesta sem encanto?

Vida confusa.
Que confusa vida.

Destino traçado.
Quem anda em prol
Dos outros
Nunca se alcança.

Alcanço-me parado,
Meu sonho futuro e passado,
Pois me não defino.

Há quem vá e encontre algo
E há quem fique e se encontre.

Eu, nenhum dos dois.

Espero-me quando vou,
Voo quando só por aqui sou.

Deduz-me em ser humano…

Poderias?

Não creio.
Encanto preciso
E no entanto escureço.
Não porque o queira
Mas assim me quer o anoitecer.

Quem fica sem mim
Numa noite destas?

A lua é que não!

Concordo com a vida
E o espírito santo
Do silêncio onde
Tudo desaparece,
Tudo acontece.

Além de mim
O propósito por fim.

Vão-se as chamas
Ficam as cinzas.

Enaltecem-se as sombras.
Geram elas nuvens
Que chovem-me em cima
Diamantes, sonhos, curiosidades…

Não sei, sabes?

Gosto de ser um fantasma
Que observa e sente tudo isto.
E, no entanto,
Actua meu corpo e mente
Nesta ânsia desvairada
De tentar fazer da vida actual
Uma coisa digna de ser vivida.

À parte fica algo.
Sonhos, pensamentos
E obras… Poucas
Mas essas, nestes tempos,
São as que resistem ao tempo.

Esquecemo-nos dele
Pois ele só é presente.

Amanhã virá?
Em paz
Concordo o tempo
Com o intemporal
Ser que pareço ser.

Reparo que vou nascendo
E morrendo
Nesta jornada minha.

Não sei quem me vive,
Se eu,
Se o mundo,
Se o Espírito da vida.

Resigno-me a observar o meu viver
E me deslumbrar com esta coisa curiosa
De se estar vivo
Vendo esta presa vida
Com um sorriso de criança
Reflectido, no espelho, em
Devaneio de ironia adulto.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Estou confuso. Quando me ligo a alguém que por alguma razão não convém, esqueço-me dela e de mim e só reajo ao absurdo da nossa imensa divergência. Quem és tu e porque me a ti falei como só nós dois a vida? A intimidade e os afectos desorganizam-me da ténue linha que me une à vida. Vida que se quer missão, que se quer dura e recta pois se quer que realize sonhos em vida mortal. E me aparecem incoerências em pessoa que me desconhecem metodologia. Me fazem incontrolar-me em incompreensão. Falámos de coração e desapareci em nós. Tenho que voltar a mim, tenho que voltar a mim... Sou só e somente e só assim me governo nesta vida. Ela é quase parecida com a vida mas lá não chega. Talvez e só talvez eu conseguirei chegar-la. A essa... à VIDA. 
Quando a porta demais aberta...
O que fazer?

Meu espírito se expande
e se confunde no outro
criando-se-me uma confusão dos diabos
que mal ou nada sei controlar.

Vida minha...
Vida que vive presa pois concentrada.
E na concentração, por vezes me descontraindo
me perco em incongruências de sub-conscientes
penso que além de mim.

Pois de afectos me afeiçou-o
a uma pessoa
e me intimo dessa pessoa
perdendo-me nela.

Que é de mim?

Escondido dos outros...
quando me evidencio num,
logo me perco dele e de mim.

Como vivem algumas pessoas e
como eu vivo...
e como nos afeiçoando
deixo de conseguir me levar a sério
ou à vida.
Torna-se tudo
num não sei quê de absurdo e incontrolável.

Não sei,
sei lá.
A minha mente segue linhas e eu as sigo,
e eu as sigo...
Anoitecem as pressas e todo o ser alado brilha de olhos
Encontrando o outro em mancha de sorriso apaixonado.

Enquanto, por enquanto, o tempo se passeia de trela pelo jardim da casa,
O horizonte lindo fornece certeza de infinito.

A gaivota voa com algo no bico,
Para seu ninho presumo.
E suas amigas brandam o seu grito de vitória:
Mais um dia de vida!

Presente.
Pelas trevas roga-se o coral e no desaparecer do betão uma onda se eleva aos céus colhendo os escolhidos e matando os espectadores. Em prosa do momento há pressa mas na poesia uma maior sabedoria se evidencia. É o ciclo do vento, marés universais. Choram e riem quem no cimo da onda olha o horizonte para onde a onda os leva. E no começo desta nova profecia tudo é lavado, encontrado simples e leve, que só a alma existe agora e essa por mais que sábia nunca pesa. Estamos portanto em tempos de profecias.
"You may fail many times in life but you're never a failier until you refuse to try again." - Evil Knievel