quarta-feira, 18 de julho de 2012

Encanto preciso
E no entanto escureço.
Não porque o queira
Mas assim me quer o anoitecer.

Quem fica sem mim
Numa noite destas?

A lua é que não!

Concordo com a vida
E o espírito santo
Do silêncio onde
Tudo desaparece,
Tudo acontece.

Além de mim
O propósito por fim.

Vão-se as chamas
Ficam as cinzas.

Enaltecem-se as sombras.
Geram elas nuvens
Que chovem-me em cima
Diamantes, sonhos, curiosidades…

Não sei, sabes?

Gosto de ser um fantasma
Que observa e sente tudo isto.
E, no entanto,
Actua meu corpo e mente
Nesta ânsia desvairada
De tentar fazer da vida actual
Uma coisa digna de ser vivida.

À parte fica algo.
Sonhos, pensamentos
E obras… Poucas
Mas essas, nestes tempos,
São as que resistem ao tempo.

Esquecemo-nos dele
Pois ele só é presente.

Amanhã virá?

Sem comentários: