sábado, 30 de março de 2013

Quando em tempos de mudança surge uma outra que nos compromete só a nós...

Ser quem se é sendo é um descuido tão dificil e raro mas puro.

Não está fácil viver mas também o não tem de ser.

Mais pequeno sou agora que por aqui andas.
É bom, lembra-me que também o sou...

Se eu pudesse guardar os meus demónios e não os lançar a quem amo.

E ter que ser passado faz-me sentir pesado do que fujo há tanto.

Mentir é melhor mas há os outros...

Cansado de pensar em mim como se não meu ou eu.
Verdade seja que eu nunca me sou também, deixo os outros, de livre vontade, me dizer o que sou.
Mas que tão avançado estou neste jogo estranho que me não há mais quem me consiga definir -
pois também talvez eu tenha perdido definição.

Quem sabe se isto não são só pensamentos de fim e deixando-os comer-me os proximos
10 minutos de vida, se saciam e me deixam em paz para ser novamente o pouco nada que tudo sente.

É tarde de ser tão cedo e por vezes sinto-me como se 300 anos tivessem sido vividos por mim sem mim.

Mas isto, lá está, são tudo as crianças demoníacas que eu libertei do céu a brincarem com a minha
que parada lhes ganha medo. Não há tempo ou espaço e no entanto os há tanto... Estranho.

Bem, até logo.

domingo, 24 de março de 2013

A diferença entre ser feliz e ser abençoado
é que quem é feliz vive dentro das suas possibilidades
e quem é abençoado vive além delas, sempre.

Quem é abençoado deseja sempre ser feliz
sabendo bem dentro de si que o nunca será
porque o caminho que projecta para "essa"
desejada felicidade nasce já além da sua possibilidade.

A felicidade é ter que fazer e o não pensar, ver as coisas
a correr sem ter que ir atrás mas indo se querendo.

(Por abençoado refiro-me a alguém que sente
que sente mais que os outros, alguém que se
leva - ou leva algo em si - muito em consideração.)


Com isto devo dizer que os dois podem ser o mesmo
e numa mesma vida se pode ser abençoado e feliz.

Tudo é o mesmo,
tudo é igual.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Maior dor que sentir dor
é não a poder sentir
por sentirem outros por nós
(a dor que nós temos).
É preciso conhecer o amor de frente
para o poder viver mesmo por trás.
Envelhece para todo o sempre o corpo
enquanto a criança dorme
falando em arte
a esse corpo que morrerá.
Your life is your life
don’t let it be clubbed into dank submission.
be on the watch.
there are ways out.
there is a light somewhere.
it may not be much light but
it beats the darkness.
be on the watch.
the gods will offer you chances.
know them.
take them.
you can’t beat death but
you can beat death in life, sometimes.
and the more often you learn to do it,
the more light there will be.
your life is your life.
know it while you have it.
you are marvellous
the gods wait to delight
in you.

“The Laughing Heart”
by Charles Bukowski

terça-feira, 12 de março de 2013

Arte é o tão simplesmente tornar o feio bonito.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Não tenho escrito praticamente nada. Evito mesmo.
Agora que tento novamente uma vida física, social e cívica (assalariado)
vejo que o tempo em que parado me fazia existir pelo pensamento e criação
deram-me a conhecer a Eternidade, essa coisa tão trágica, bela e pura...

Escrever torna-me infinitamente vulnerável a tudo.
Perco-me por completo e como hoje não tenho para onde voltar evito.

Pode-se, muito sensatamente, dizer que evitar escrever por medo de se perder é cobardia
mas eu descobri que o importante nem é bem a arte mas uma misteriosa fluidez que existe
dentro da mente. Fluidez ou somente espaço. Um espaço de perfeita eternidade e compreensão interior.
Um espaço que nos pode sempre encontrar se nós nunca nos esquecermos dele e o preservarmos
com todas as forças desta vida.

Gostaria muito de me livrar de ter de pensar neste meu espaço e de estar sempre a ter de viver para
o proteger invés de o deixar ser por mim finalmente mas há forças muito próximas a mim que desvirtuam
e anulam este sopro, este silêncio, esta paz perfeita. Sou teimoso porque sinto mais do que compreendo.

O importante é não deixar o centro de nós mesmos.
Só este centro nos leva a outros.
Sem ele, sem este centro, sem este enorme respeito de um para com ele mesmo,
a vida, a felicidade, o amor são impossíveis.

Porque com o centro em nós mesmos teremos sempre para onde voltar.

Creio que isso é liberdade.     

domingo, 10 de março de 2013

Unbelievably believable life is when you don't live this life but your life.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Adorava saber o que escolher na vida, que caminho fazer quando tenho dois ou três à frente.
Mas nisto sempre me lembro, certa ou erradamente, que a vida sabe de si que só tenho que levá-la.
Vida minha querida, só te eu entendo porque só tu me entendeste naquele tempo, lembras-te?
Há demais coisas neste mundo, demais ideias e suposições, deveres e convenções. Não tenho nada
hoje e não quero ter mais porque na verdade é tão bom ter pouco porque se vê o bom que é ter
o que se tem. A vida passa e se leva e é bom apreciá-la sem a agarrar como se minha à porrada.
As coisas são e eu também sou embora me dê pouca conta disso... Recebo o que o outro me diz que sou.
Que levo a vida como uma ave a meu lado, coisa bonita e calada que escuta mais que fala e age mais
do que pensa. Dou-lhe o meu ombro para repousar. Vamos indo, vamos indo que o caminho se não
faz também só sozinho e que é bom ter quem nos tem e conhece, ser para eles como se não fossemos
só nós, no infinito do intimo. Gosto de me lembrar mas esquecer é o derradeiro essencial para viver,
ou deverei dizer sobreviver? Tempos agrestes que não quero que se efectivem no meu coração ou
criança risonha que chora à noite, por vezes, de madrugada. Seu choro é meu sorriso ao mundo.
Não estou só e estou só novamente. Sentir que sou mais um e que tu, que me vês, dizes em silêncio
que existo e isso me faz agradecer essa coisa do estar vivo. Estamos todos nisto juntos e isso me hoje
agrada muito. Gosto disso.

Há que saber levar as coisas com calma...

domingo, 3 de março de 2013

O facto mais curioso de eu ser Eu
é que eu tenho medo de Eu.


sábado, 2 de março de 2013

"Nothing beats reality."

Sixto Rodriguez



(Finally, after the fans' detective work pays off via Rodriguez's daughter noticing their website, they -- and we -- finally meet him. He proves not just modest, but downright humble, and rather taciturn; it's clear why the film had to be structured this way. He says of Cold Fact, "I had achieved what I wanted to do." And then, "Nothing beats reality, so I went back to work." His work? Demolition, and He also ran for political office, unsuccessfully; a strongly expressed socio-political sympathy for the downtrodden is frequently heard in his songs. We also hear from his daughter about how he majored in philosophy and took his children to museums. He also worked at Chrysler.)
http://culturecatch.com/film/searching-for-sugar-man

documentary: "Searching for Sugar Man"   



Compreendo - agora - perfeitamente o que ele diz.


sexta-feira, 1 de março de 2013

A civilização gera matéria morta,
a Natureza matéria viva.
Sem futuro aprende-se a viver o presente.