quarta-feira, 6 de março de 2013

Adorava saber o que escolher na vida, que caminho fazer quando tenho dois ou três à frente.
Mas nisto sempre me lembro, certa ou erradamente, que a vida sabe de si que só tenho que levá-la.
Vida minha querida, só te eu entendo porque só tu me entendeste naquele tempo, lembras-te?
Há demais coisas neste mundo, demais ideias e suposições, deveres e convenções. Não tenho nada
hoje e não quero ter mais porque na verdade é tão bom ter pouco porque se vê o bom que é ter
o que se tem. A vida passa e se leva e é bom apreciá-la sem a agarrar como se minha à porrada.
As coisas são e eu também sou embora me dê pouca conta disso... Recebo o que o outro me diz que sou.
Que levo a vida como uma ave a meu lado, coisa bonita e calada que escuta mais que fala e age mais
do que pensa. Dou-lhe o meu ombro para repousar. Vamos indo, vamos indo que o caminho se não
faz também só sozinho e que é bom ter quem nos tem e conhece, ser para eles como se não fossemos
só nós, no infinito do intimo. Gosto de me lembrar mas esquecer é o derradeiro essencial para viver,
ou deverei dizer sobreviver? Tempos agrestes que não quero que se efectivem no meu coração ou
criança risonha que chora à noite, por vezes, de madrugada. Seu choro é meu sorriso ao mundo.
Não estou só e estou só novamente. Sentir que sou mais um e que tu, que me vês, dizes em silêncio
que existo e isso me faz agradecer essa coisa do estar vivo. Estamos todos nisto juntos e isso me hoje
agrada muito. Gosto disso.

Há que saber levar as coisas com calma...

Sem comentários: