Cai a porta ao chão
O céu parece possível
Tal é a imensidão do horizonte.
Ser isto é estranho
E levá-lo em vida
Mais estranho ainda.
Gosto de me sentir
Assim perdido
Na abrangência do que escolhi.
São memorias
Que lembram romances
E livros tantos
Esquecidos
Que agora vivo.
Sempre segui o que sinto
Que devo descobrir.
Ver por onde vai
A profecia da novidade.
Explorá-la,
Abraçá-la,
Absorvê-la
E continuar.
Viver largado
É o grande medo
Dos demais, não é?
O meu grande medo
É viver uma vida
Sabendo que poderia-a ser
Em muitas.
Alguns dizem que não há tempo,
Outros é o espaço que sufoca.
Mas esquecem-se que isso tudo
São conceitos de consciência.
Aliei-me à morte
Para me tornar
Insensível ou
Impenetrável ou
Somente imutável
Às pressões circunstanciais
De minha vida.
Aliei-me à morte
Para me obrigar a ser
Isto que sou.
Quando se tem
Como ultimo recurso
A vida do submundo
E o niilismo
Parece que o mundo normal
Nada pode fazer para o deter.
É muito simples:
Se queres ser quem és
Tens de te tornar impenetrável,
Não necessariamente crente
Do que procuras,
Apenas impenetrável.
E a melhor forma de o ser
Derradeiramente é aliares-te à morte,
Que é a Mãe de todas as coisas
E à qual toda a vida se silencia.
Acredito mais no que sinto
Do que na realidade, é só.
Sem comentários:
Enviar um comentário