Arte é afirmação de vida, em que pese isto aos mórbidos. Afirmação de
vida nesse sentido que a vida é a soma de todas as suas grandezas e
podridões: um profundo silo onde se misturam alimentos e excrementos, e
do qual o artista extrai a sua ração diária de energias, sonhos e
perplexidades: a sua vitalidade inconsciente.
(...)
A arte não ama os covardes.
(...)
A arte, há que domá-la como a um miúra: e para tanto é preciso viver sem
medo. Não a coragem idiota dos que se arriscam desnecessariamente, em
franco desrespeito a esse terrível postulado da vida, que ordena uma
preservação constante, de maneira a se estar sempre apto para os seus
grandes momentos.
Vinicius de Moraes
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