Viver é raro.
Pisa-se o chão sem querer.
Quando se vive
Não se pisa o chão
Se não se o é também.
Amanhã cai pela manhã
Enquanto a lua,
Dia feito,
Ilumina a noite do sonhador.
Palavras sangradas pelo coração,
O adeus de mão em mão.
Joguei-te ao ar
E onde foste tu parar?
Lembro-me como se ontem...
E ontem foi.
A saia que vestias
Quando descias
Ela subia
E via-te eu as cuequinhas.
Sabia lá
Que mais tarde era lá
Que se escondia a tua derradeira porta.
Fui um outro durante anos
Depois lá te perdi
E em pânico te busquei amiga.
Deixei essa tua bela
E molhada porta
Para outros e te abracei
Como mãe de mim,
Filha de ti,
Como amor e sorri.
Sorri finalmente!
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