É escutar e aguardar
A chamada da vida.
Olha que ela chama
Diz-me uma voz terna
Só por mim ouvida.
É preciso estar atento
Diz outra de mais longe.
Ó meus anjos
E diabinhos
Onde me trouxeram!
Sou uma fada generalizada
Com pila e barba de homem.
Porque me fizeram
Então tão feminino?
Não sei do tempo
Em que pisava o chão...
Então não sei do tempo,
Ponto.
Sei talvez do espaço
Mas não sabendo do tempo
Só os olhos vêem esse espaço
(Onde meu corpo deambula).
Vendo o espaço
Mas não se sabendo do tempo
Ele é como se também não existisse.
A noite é longa
E os pássaros me encantam
Com seus chilrares tão bonitos.
Toca o sino da Igreja
De minha terra.
Adoro ouvi-lo...
Nunca acreditei em nada
Mas sempre acreditei em tudo
E a vida que levo
Não procura nada senão inventar futuro.
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