quarta-feira, 4 de junho de 2008

Saiu do lago da ignorância
Uma alma que assustada
E alerta preenchia
Suas noites à busca de algo que não
Sabe bem o quê.

A vegetação é densa
Como uma infinita barreira
O ar de tão puro
E novo ser
Rasga as vias respiratórias.

Ao havistar algo
Começa a correr,
Da fome tropeça numa pedra
E bate noutra com o queixo.

Dor que parece não assustar,
Dor esquecida
Pelo desejo de saber o que era “aquilo”.

Quando se levanta
Já lá não se encontra.

Angustiado bate na
Árvore ao lado, a árvore
Limita-se a retribuir a pancáda através
De sua enorme
Monumentalidade,
Mantendo-se completamente estáctica.

Ele colecciona agora
Duas fortes dores,
Agora as sente
E inves de curiosidade sente o negativo desta,
A angústia a
Assombrar-lhe a mente
Existencial.

Deixando-se ficar ali
Deitado comendo-se a si mesmo,
Suas entranhas
E esperanças
Falecem aos poucos.

Mergulhado de novo
Num lago morto de vida
(matando saudades de seu familiar)
Mexe o braço
E é picado derrepente
Por um enorme pequeno insecto.

Ao fazer o movimento da cabeça
Propõe aos olhos
Que olhem em frente
Paralelo ao chão
Da terra horizontal.

Ao abri-los(depois de digerida alguma dor )
Vê um grupo de humanos a dançar à volta
Duma imensa fogueira
Gritando bem alto:
-o mundo é vida!
-o mundo é vida!

Chapinhando no mar
De sangue de si mesmo,
Corre irracionalmente
Para o que lhe parece
Ser o centro da festa.

Só meio metro antes se apercebe que aquilo
Que via era uma quadro
Que por sua vez era um espelho.

Com o corpo desfeito
Já de tanto bater
E a mente coberta de angústia e frustração
Grita:
-Quero é vida!

(de um momento para o outro)

A paisagem que ele
Chama de realidade
Desaparece
E do nada
Encontra-se
Numa mesa de jantar
Dum restaurante,
À frente tem
Servido como ele
Pediu “um prato de vida”.

Olha à volta e vê pessoas
Como ele a sorrirem felizes
E belas, todos acompanhados,
Ele está sozinho
Com um prato de vida
À frente.

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