quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Além tempo de comunhão
As asas a pousar na mão dela.
E eu no sangue da vida
Sorrindo, encantado.

Hoje a nobre velhice insensata
Para adquirir o que não já mereço,
Veneno do ousado.

Vestes escuras e cara magra.
O corpo dorido de dores cerebrais
E a canção do sol só dá
Quando escreves,
Não é meu velho?

Juventude espremida.

Não sei…anseio ser velho.

Gosto da lentidão, do frio,
Do cansaço e da desculpa fácil
De poder dizer: “estou velho”.

É algo muito católico,
Devia-me ofender com isso
Mas assim sinto
Assim digo.

Só sei quando algo está certo
Quando o sinto antes de o fazer ou ser.

Sentir é a dádiva dos Deuses,
Como costumo dizer.

Não o ir às cegas
Que é só uma partida da formiga humana.

Nesta existência ou se serve a si como
Ser racional e individual
Ou se serve Deus,
Que pode ou ser um Deus exterior
Ou que tem porta-voz dentro de nós mesmos.

Há maneiras infinitas de ser quem se é
Mas é a que se escolhe
Ou pela qual se deixa ser escolhido
Que realmente vai ter valor em crer.

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