quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Ligada a ramos
De suplicio de lua
O encarnado se dissolve
E pasta-se na tela
Negro como a noite.

Ah, maravilhas de comer sentimentos
Que se cheiram dengosos a mexer.
Pedras, que não pesam, brilhantes
Que iluminam o caminho, aceso, sozinho.

Que honra o fazer o que me apetecer,
Querer o que se pode ter
E o buscar sem mal dizer.

Famílias sentadas a comemorar o jantar
Que corpo e alma agradecem.

Depois, casa, televisão.
Em breve o sono para restabelecer um mais dia.

Concreto e simplório
Reconhece a veste curtida
Que me aperta em saída.
(Pouca, pouca é certo…)

Corrida a cortina de quem vê,
Vê-se quem passa
E fala-se a quem olha
Porque hoje apetece comunicar.

Graça, aquela menina
Que engraça comigo
E eu que me acho um zero
Nervoso de meu enleio
Mas nele ajo em cheio.

Quais promessas e ilusões?
Ontem aqui estive
E hoje o estou,
Amanhã sim levarei pancada para cá não estar
Pois criava aqui já raízes de um outro lugar.


Vejo o longe perto
E é-me seguro assim
Embora que o incerto seja
A segura certeza que se vive
E se está atento.

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