quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Não sei de qual sossego o meu
Te veio apagar maior prazer
Mas fugiste de minha terra
Colonizando outra
Convertendo nativos desconhecidos em teus amigos.

Já me eras Deusa
E eu um simples dono de terras
Mas quando te juntei a mim
Corrias as persianas da casa
E só te querias ver livre dela,
Com ou sem eu.

Na altura, como deusa
Eras a meus humildes olhos,
Sorria de te poder ver,
Por vezes, como minha
E essas tuas correrias
Lá por fora
Só me cresciam
Ousadia ao te pensar.

Mas houve um dia,
Em que era já tarde,
Que te foste
E madrugada, dia e noite seguintes
Não soltaste teu terno grito de retorno.

Pensei que voltarias
E mantive
Assim uma vida casta
Até que te decidisses
A retornar a minha casa.

Ainda hoje te espero
Embora que te já não acredite retorno.
E ciente que tudo isto
Um grande meu sonho,
Te espero ainda como poderia,
Com um muito menor sabor,
Esperar essa antiga e derradeira morte.

Vivo para te ver chegar
E sabendo que não chegas
Como que me acalma a alma
E aquece a cama
Pois sem ti descobri
Como viver contigo.

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