quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Atrasado à partida. Cheguei atrasado à partida. Partiu sem mim... Primeiro impulso foi de me mandar
contra o chão ou deixá-lo bater-me com força até não mais ver. O segundo foi de tristeza, amargurada
tristeza e o terceiro foi apenas movimento, fui-me embora da plataforma de partida. Tentei, pelo
sim pelo não, a plataforma de chegadas mas esta estava cheia de gente, tanta que não consegui ver nada. Bem, voltei para o sitio que me guarda, alguns chamam-lhe casa eu chamo-lhe outra coisa...
Guardei-me então por tempo a tempo até ele me vencer em perfeito contratempo sem rival. Aos
solavancos - estranhos solavancos - fui-me deitando na tal partida até ela se esquecer de mim.
Tempos assim, em que nada vence, tudo fica, se acumula, fazendo do tempo estátua real da partida
não ter tido chegada nem nada. Ficaram só as chegadas antes da partida (que não partiu).
 


É que a partida se não parte não chega.


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