quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Dentro do copo o silêncio por um dia vir
e a tristeza de o aqui ser certeza de caminho
não alheio mas em cheio.

Que me deixo um pouco aberto
e se perde de mim coerência essencial
à vida,
essencial à ideia de ser assim .

Pois é uma ideia,
não se lhe diga o contrário.

Fulminantes certezas só em guerra
ou de longe querer o perto
e fazê-lo estar em qualquer lugar.

Espaço para mim,
espaço para ser assim.

Tristezas ou felicidades
o mesmo
já que é de espaço que careço
(e carecem todos que vejo).

Vejo a ir de mim a pedra
e não gosto
visto que é ela que me junta à terra,
horizontalidade sagrada.

Mesmo assim
vejo-me a ir para ali.
Ali onde não sou nem sei,
ideal de alguém.
(Talvez eu,
não sei.)

Parece que é Natal,
coisa estranha o natal...

Tudo quer que ele funcione
por mais que demais haja razões
para o deitar abaixo,
golpe de estado
e respirar a outro lado.

Família.

Coisa sempre tão infamiliar
visto que fora deste tempo de prendas
apenas a sustenta o hábito e o cansaço.

Não tenho tempo para perder
nestas honras a não sei lá quem.

É o ver passar
feito estátua de um outro lugar.

Sorrir,
dizer sim
dizer não
e esquecer
lembrando só o pouco que houve a dizer
- e a ouvir.  

Tempos de mudança
são sempre de refúgio essencial
para guardar a serenidade
da escolha ter sido a certa.

Embora que se nunca possa ter a certeza...

Sinto-me no ar
e não gosto,
não gosto disto.
Incoerência fatal ao caminho escolhido
desde o inicio.

Não esquecer (ainda) o que me levou aqui.

Esquecer só em movimento,
donde a pedra de sólida
se possa tornar liquida
ou, quem sabe, evaporar
em descontracção
de não ter de ser mais sólida
não.

Uma disciplina estranha
e aterradora.

Um sangue de ferro
feito para escrever sentimentos e emoções
como terra de caminhos
onde andam os pés.

Memórias
não me esqueçam
até salpicar,
de terra molhada,
o caminho
por vós escolhido.


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