Rather you chase a dream or not
he keeps chasing you till dawn.
All days and nights have the shadow
of the undone.
Still
there's life and others you feel
but feeling only can be felt
if the dream forgot, replaced,
killed by time and habit.
But if not
if there is a scratch in the surface of life
that can bear to keep it up
- becoming the one known by awake dreams -
then there is a possibility
and probability
of the dream
making you a being
that doesn't doubt
but assures it self
in each and every instant.
All a mystery
and if the old dies young
it's just because the fear
of being painted and beaten
by the world is bigger
than the knowing that
each one not so alone
and not so one together.
History it's faced by the
exchanges of individuals
that question and feel more
than what they're responsible for.
Why do some just live integrated
and others live in their mind?
To give legs to the neurons
and see them get hurt by life
and the world.
Imagination to be brought to reality
by pain and joy, fear and love.  

One day at a time.

Synonymous of a child
an old man's smile.
Bliss me your command
for I have failed the demand.
Waves hitting a stone
I feel. And no smile
can tell me joy,
no pleasure can continue
for I died young
but still persist, feeling old.
Woman to build me a man up.
Magic feeling,
resisting you
while seduced by you.

And she came late when he was still awake. She kissed his mouth in silence, flattered his body with her hand and looked at his eyes with a smile. He looked at her, making the step a chain of love and then he slept quietly till morning sun woke both on new brew world to start, not alone but together. 

Portugal só será
quando trouxer o seu mundo até cá.

Pois Portugal país
uma miragem de pedra e saudade.

Portugal teve e foi
não é nem tem.
Mas tem o que deus lhes deu bem:
outros países.
Frutos de um império que caiu
por gentileza e inocência...

Portugal uma canseira
de velhos e domingos
com sombra de catolicismo
romano que nos apelidou
de ingovernáveis.

Abastado de mar
que traz e leva a saudade
este pequeno ponto do mundo
é grande lá fora
mas não cá dentro.


Cansado de Europa
navega por continentes
encontrando teus filhos
que já graúdos podem
te enaltecer pai,
mãe de tanta fé
em humanidade distante,
também portuguesa.


Portugal não é país,
é língua falada pelo mundo. 



("A minha pátria é a língua portuguesa." - F. Pessoa)

Shed light on me oh little child.

Growing old on your becoming
as winds, away from my control,
take you to the world.

Sitting down
on the side of the campsite seat,
looking the fields
empty as I like them to be.

Some warm
salty water
runs down to my mouth
as I smile like a clown,
sad one.

For our ways together
to be shown like a shadow
that knows another light
unknown to words
and even thoughts.

Oh little child
to run wild and dirty
on clean mean city lights.

Oh, what will you do?
For I an old man
without you.

To let go.

A window on the park
and looking from it a
little girl that stands alone
with a bunny doll on her arm.

From up
she looks down,
people pass her eyes
and don't see her.

She's up there
talking to her self,
imagining being there,
on the street,
where she would
look up
on an empty window. 

Creating for me is
like killing gently.

Ao lado de quem trabalha
trabalha o espírito da mudança.
Se manifesta em angústia,
por vezes, em absoluta felicidade outras.

Que a dor que se carrega
para levar dinheiro ao cartão
que se levanta para comprar
o que comer, onde dormir,
ser, é enviesadamente proporcional
ao dever de escutar e não demais
parecer mas efectivamente aparecer
pela vida como diferentemente igual.

Pois cada um o seu
e de dever nenhum pode padecer.


Falo de um outro dever
que o que é amplificado
por todas as máquinas cansadamente
jovens dos sorrisos baratos
e falas fluídas da televisão
e dos anúncios que nos tão
tiram o chão.

Complicado estar atento
à coisa de se andar por aí
sem deveras encontrar
mas querendo,
mesmo se escondido esse
inocente desejo. 

A guerra é mental
e a sobrevivência
coisa tão actual,
tão real.

Se pode não entender
conversa esta mas o cansaço
sabe que a panela,
já riscada, está vazia
e nisto consome.

É Inverno também,
coisa fria, ventosa, chuvosa,
coisa chata.

O mundo sempre vasto
e eu só eu.

My happiness is sad
and my sadness is happy.

A vida é a impossibilidade de te queixares
indo em frente.

Fazer muito com o pouco se tem
é ser o além de todos tão bem.

(traduzindo)

Fazer muito com o pouco
que se tem
é fazer o além que todos tem.

Some women do it right
for the movement tells the mind
to follow
not the obvious but the certain
incantation of their intention.

Some do it wrong
running from somewhere
they belong.

And in the arms of one
boys turn men
on heavy duty of feeling straight.

Without,
men are so
and go along.

Women no
but kind of go.

An adventure should be
always
one in the arms of another.

And seeing a lot of four arms together
I believe this world still goes.

The street light yellow
nights the silenced talk
of some franking mind.

Upsets the sleep of another
that doesn't feel more
than something went beyond.

Wakes by smiles
and meaning full small talks.

For it's the gentle movements
that nobody listens
that move mountains
if heard.


Pain and fear and spare joy
are nothing compared to
this little glimpses of life.

Few carry the burden
and get sad with a lot.
For the lot is meaningless...

Too much air on this world
and not much of ground.

The train moves in every direction,
staying still, I guess...

Confusion.

Naquela esplanada, nervoso, olha o além como se esse o propósito de desdém à coisa perto. Porque é perto que se toca e fala, colhe e se escolhe - é escolhido também. Força na carcaça do medo, empurrar a chama, se ela não queima queimar o perto para ver ser e sentir que mais que além há aqui, com certeza. Borbulhas na mesa, não, migalhas e no chão também, talvez. Olha-se o divagar como se ele algo a dar e nada. Pois de não lembrar o fazer vem o esquecimento antigo - bem vivo ainda. Manter-se ocupado, sim, manter-se ocupado é afinal a sincera certeza da vida moderna.

No entanto o nada que fazer tem muito que se lhe diga.

Never dreamed that being another
is being the same that now is the before
and will to be after for the times expansion.

Touched on kindness
struggles night feelings in broad daylight,
trying to disguise is flying ways in
chained plains.

For too much to think about
if there is another to face
that is not in your dream.

But
precision lies in not
knowing tides but streams.

And only one goes,
your own.
And only one knows,
the unknown.

May blue stream
find in others eyes
green full theme.

Não que queira não ser mas o ser deve ter prazer em se espalhar e escutar em silêncio vozes do outro lado da rua. Pois que de ideias todos sofremos e passados também, pena que se esgotem em falácia de suficientes quando se ainda nem um dente partiu. Pois é preciso partir dentes, é preciso tropeçar a esse ponto para melhor saber (por onde) andar. Antes da queda a preocupação imaginária mas depois dela, e de meio dente no chão, a coisa é real: presente só.

Mete medo ao medo para que ele te seja dócil.

Important not to know
what you know
to be known by it.

Acontece que aconteceu, vento desconhecido dum tal umbigo que me reconheceu desconhecido meu. Assustado livrou-se desse estado querendo o não tendo que o levará a outro momento, principio de quem não colhe mas é colhido por se deixar à mercê dos vento. E no entanto, tempo passa e cai a melancolia da coisa não ser imediata como imediatamente se sente. Felizmente há, sem esforço, um dia outro que nasce para ser visto, vivido. Portanto tempo, tempo uma ordem máxima. Respeito então. Além dele a vontade e o medo, sectas de quem procria ao simplesmente olhar em frente.

Caído no degrau de cima
olha o de baixo
(que está em pé)
e sente triste...
Mas só um nascimento certo
teve esta vida.
Dele para a frente recto. 

For the fear that one takes is his gift,
a life to live.

Beginning at confusion
revolves in darkness
till it unfolds light.

Nothing is too much or too little
cause the ways are mighty.

And when falling
he falls on his own,
not letting be lost
but found.

Creating beasts of burden
to walk lightly and simple.

There is a way.

Home an Idea.

On the right side of the sun
where fears and suffering
are dreams on where to become real
again and again and again.

Walking through madness,
smiling kindly,
time makes it into air,
in the midst of reaching the sky,
becoming. 

Words we spoke
yesterday,
feeling good
by understanding us.

And yet another day,
something else to say.

Pictures of beauty
that caress the head
that lives on imagination.

Legs and feet to walk,
arms and hands to touch
and grab what hold us.
Eyes to see,
know.

Can't talk about
what makes it worth it
but it something mysterious.

The unknown to reveal
by living closer and closer
to the intimate fear
that dies younger than death.

The sweetness of not knowing
and the mighty silenced power
that comes with it.

All a must.

Feeling more than what can be stored.
Not creating, the sweet winds of creativity
are harsh, cold and sad.

In the middle don't like to stand.
Too much voices crawling on me.

Where are the ways of joy,
for those of art are distorted
by no given space nor time.

Anticipation struggles inside.

Knowledge stuck
and beautiful metaphors
get life dark forms.

A silence of perverse comfort.

Entangled by unknown lights:
who am I?  

For together we dance
in lonely lightness.

Morro de amores pela vida em si.

Amo-a mais que a posso
e odeio-a por isto.

Saber dela e não a ter.
Ou tê-la mas logo se algo interromper,
intrometer pelo respiro dela ser simples e certo.

Tudo o resto estorva,
estorva tanto
a visão da vida ser pranto.

Coisa de velha criança que
teima em crescer sem disso ser,
só ver.

Oh, que a odeio por a tanto ver de longe,
nunca a tocar de perto,
que queima,
é só.

Saltar-lhe para cima
e caminhar
sem mais olhar se ela eu
- se ela o que antes amava -
distante era
hoje natural.

Deito-me contigo ó vida
e dás-me tantas ideias
e certezas (passageiras)
que me canso de não cansar.

Mamo da tua ancestral mama.
Mamo das duas mesmo
que é para encontrar o meio,
o meu meio - se é que o há...

Oh, que amo tanto a vida
que sempre a vejo de longe
como desejada bailarina.

Serei-te indiferente
para te seduzir a ti
passo em frente
em direcção a mim.

Some too much things in life. Too much things around the feet, legs, arms and heart. Too much things to know that don't know. Only a space where to keep a ongoing home where to rest alone or with people around - closed mouth and face. Built faces on where to keep ambivalence, polite ambivalence. Only the discrete can grow tall in this world. Building a house so late, so expensive... A home is better, a walking home much better. A lot to keep on that space though the nothingness is the real essence. Getting there on an alarming unawareness. Borders like a smudge. The names are others and today is something new that can't realise progression. Has the new progression? Course it has though the lines are thinner because of the moving. Blank page - not to write but something else. 

Atrás tempo
criança do conhecido sentimento meu.
Família de um,
porta fechada ao mundo
e ranhuras por onde entram
pequenos raios de sol,
esperança e cheiros de vaidades femininas.

Na pequena
sentado à parte de algum estado
absorvendo o que se não vê.
Palavras cansam quando pesam
de mostrar registo que só tem dom
em inspiração.

À noite
ir
até de madrugada vir.
Vendo quem se não fica por isto
nem vai até ao imprevisto.

Lisboa sozinha
agora que te vou
troco a perna
e não sorrio,
ficas pronta a outro.

E andar pela calçada
é coisa mística
ainda.

Quando o ir
já tem saudades
antes de ir.

Na rua recta do tesouro
silencioso que me sempre deste
vejo agora carros e eléctricos
que antes não via.

É ser magrinho
pronto a engordar
pela carência de estar
sem saber estar.

Aurora Celeste.

Ás vezes parece que nem apareço. Sendo espelho ou denso
acordo do sonho dormindo e nada aparece, só parte de algo
talvez. Assim sou, na parte que me é, parte que serei até.
Deixa andar mas colhe luar noutros, sejam espaços ou outros
são coisas de continuação, fruto certo - parte tudo.

Demoro a chegar onde estou.

Bigger than the walking feet
there are tides that only the mind can see
and feel.

Needed.

For the times are dark
for those who dare to dream.

Creatures that move
silently and incoherently
perhaps
it seems.

Coherence guards them
on their mind
filling time with space.

Taste.

There is an elegance
in this that no mighty
beast of ignorance
can possibly imagine.

Calm.

A space where to rest
this unrested life.

A secret:
two in one
that laughs alone
by the surprise of not so
alone feeling.

Shaking down up
from air to earth
moonlighted sea.

Low order and all questioning.

Maintenance the full achieve.
Gain the possibility of persistence
beyond knowable wisdom.

Rainy days
wanting to wash the mess
but just wet and cold
behold.

There're some lights and green
never seen nor imagined.

Tall blinded eyes of disguise to guide
and mistakes to feed the hungry
mouth of the mind.

All just another
and another to be all.

Shadows cream
blue Lyla.

Steam on chest
with eyes beloved by dreams
and skies.

Naked as a fountain of youth
her smile caresses his beauty
- like a child he feels.

Sprinkled stars on the nights
of memories, infinite treasures
that no one knows
him so.

A cave to dive one
a will to follow
a god to lean on.

To learn. 

Não há passo que não pise quando
lembrado pelo andar ser perdido.

E no colher do encanto ontem
o enorme desencanto de sozinho aparecer
mais exposto que o viver ou ter.

Cansaço prestado a algum lado
mas fica ainda a coisa não feita
o sorriso guardado como demais.

É frio,
Inverno do santo grau
da vida ser coisa material
e os sorrisos não serem de cada um
mas coisas de nenhum.

Que digo eu?
Cansado de mim,
em pausa de me querer noutro lado,
continuação.

Saí sozinho
e fui porque não gosto de esperar.
Esperar não alcança nem conquista
apenas cansa.
(Cansado de esperar...)

Matéria prima é o ir sem disso se aperceber
e na inconsciência de o tão viver 
sorrir verdadeiro e entreter a razão
com jogos de coração.

Um peso do mundo,
um peso no mundo.
Pesado.

Só o movimento horizontaliza
esta dor vertical,
este sentir de forma recta.

Portugal que coisa estranha és tu
que dás sem saber receber
e aguardas para sempre
olhando em frente
não as demais ofertas
mas o horizonte vazio.

Sonho?

És criança ainda...

Pena que acorde mal-humorado
porque queira mais que não queira,
fascínio de viver sem fim.

De igual circunstancias
quem ganha é o vencedor.
Perde base orgânica
e quem ganha é só de mais esplendor.

...Porque a verdade é o tempo.

O medo é pro-activo
se o souberes domesticar.

Viver pela tua sombra,
sombra da luz.
Na sombra és sempre tu.
Sempre incolor
mas sempre.
Até o cigarro puxado é só a ponta sem cor.

Making the sky turn orange for to be eaten by. 

I don't know
but something to come.

Breeze or the stream
so on hold
that mighty feeling
comes to show.

Sadness has limits,
madness has expression.

Can call on you
though you look away
has he looks straight.

One smiles,
just that: smiles.

Good presage.

But when one does smile
the other gets sad,
isn't it?

The equilibrium
of the social game.

Transparent by the eyes talking
not the mouth. 

Quando a tristeza
é demais atroz
o niilismo é a voz.

Decadente
civilização dos outros,
minha aos bocados.