domingo, 26 de janeiro de 2014

Ao lado de quem trabalha
trabalha o espírito da mudança.
Se manifesta em angústia,
por vezes, em absoluta felicidade outras.

Que a dor que se carrega
para levar dinheiro ao cartão
que se levanta para comprar
o que comer, onde dormir,
ser, é enviesadamente proporcional
ao dever de escutar e não demais
parecer mas efectivamente aparecer
pela vida como diferentemente igual.

Pois cada um o seu
e de dever nenhum pode padecer.


Falo de um outro dever
que o que é amplificado
por todas as máquinas cansadamente
jovens dos sorrisos baratos
e falas fluídas da televisão
e dos anúncios que nos tão
tiram o chão.

Complicado estar atento
à coisa de se andar por aí
sem deveras encontrar
mas querendo,
mesmo se escondido esse
inocente desejo. 

A guerra é mental
e a sobrevivência
coisa tão actual,
tão real.

Se pode não entender
conversa esta mas o cansaço
sabe que a panela,
já riscada, está vazia
e nisto consome.

É Inverno também,
coisa fria, ventosa, chuvosa,
coisa chata.

O mundo sempre vasto
e eu só eu.

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