segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Não, não quero ver isso
Porque sei que se esconde
Uma catarata
De agua preta atrás...

Eu sei e é por isso também
Que não me deixo ser
Por completo.
Não dou liberdade total
Ao monstro que vive atrás
Da criança inocente e magoada.

Vive algo atrás de mim
Que conheço parcialmente.
Comigo ele não é problema
Até me leva longe na mente
E na compreenção,
Mas com o mundo,
Com a minha vida,
Ele era capaz de me matar
Se o deixasse ser,
Sem limites civilizacionais
E racionalmente saudáveis.

Encontro-me sempre
Entre o simples e fútil real
E a minha ambição, visão
Monumental.
Acredito conseguir ser
Quase divino,
Sentir-me maior que o mundo,
Maior que o real,
Maior que tu e tu,
Ser eterno harmonioso,
Ser simplesmente sem consciência excessiva,
Ser somente
Sem fim...

É esse o meu grande medo na vida,
O medo desse monstro partir
As amarras
E soltar-se e eu
Adorá-lo assim vivo,
Liberto sem ninguém a
Controlar
E ele levar-me à minha
Propria extinção,
Por ser superior a tudo isto...

1 comentário:

Anónimo disse...

ai meu deus... tu, só tu.