sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Assaz surpresa, gira alta nobreza.
Há que saltar a vedação da mediocridade
E ver com olhos virgens os horizontes promissores.

Que de vida há tudo aberto,
Que de nada há porta fechada lá fora
Que não possa ser aberta pela
Ausência de porta interior.

Nómada do mental.
A vida pode ser privada
Mas de terra se construirá a catedral
Imensa que se pisa,
Fazendo-a ao som da caminhada.

Despertam tigres e leões na savana,
O grito de selva ruge na cidade horrorizando-a;
Já não mais há conversa por escrito,
Agora o há sons íntimos
Que só quem os já ouviu em sonhos
Pode compreender
E assim responder.

Massa heterogénea de virilidade.
Caga a merda que te ensinaram
E barra o pão com sentimento
Que alimenta bem mais!

Foram longe,
Eu sei,
Foram longe,
Mas deixaram-se lá pra trás.

Lá à frente há o futuro que é dos deuses
E também da vontade individual,
O resto é conversa evaporada.

…e parece que colhem de mim
Sua própria indiferença
Sorrindo perdidos
Ao meu encontro…


Quando se começa a existir em pleno
Se percebe que o mundo está ao contrário.
O medo turva a visão da vida e de tudo
Gerando números e muros
Para orientar a desorientação que os originou.

E ficamos nesta coisa de nos perguntar
Em noites escuras:
- Estarei vivo?

E o belo da questão
É que não há resposta,
Cada um tem de voltar á pergunta
E reformulá-la de uma outra forma,
Para ver o que acontece.

Assim se vai fazendo mais perguntas
Continuamente evoluindo
Para uma maior simplicidade.
Pois o que se “Sente” não fala português,
Então a pergunta tem que ser mais básica
Procurando a essência das intenções primitivas da vontade
Que originaram a língua que aproximou seres
Mas não o ser uno.

Esse é o único a descobrir,
O único que tem real importância na vida.




(Pois dele brota todo o mundo.)

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