sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Num andarilho sujo do fim da calçada
Junto á mesa de estar da rua dos descobridores
Está o sol reflectido em imensidão momentânea.
As crianças á porta, brincam a consciência dos avós
E a repressão de seus pais
Num domingo eterno tão igual aos outros.

Fala-se, come-se, bebe-se,
É almoço e a ordem do dia é conviver,
Amanhã trabalho hoje descanso.
Férias imensas num só dia,
Isso é domingo,
Um dia em nada igual aos outros.
Aprisionado entre
A libertação de sábado e a repressão de segunda,
Um dia que não chega nunca a ser,
Pois dividido entre duas perspectivas
Demais opostas.

Um dia que quanto mais bonito
Mais dói
Lembrando o que foi e o que poderia ter sido.

Fica-se vivendo o dia, desejando-o viver,
Desejando-o esquecer.

Domingo é como Deus:
Aprisionado entre o
Racional e o irracional,
O civilizado e o primitivo,
O consciente e o inconsciente,
Livre de regras é caos subentendido.

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