sexta-feira, 24 de setembro de 2010

E parece que uma mentira
É mais doce
Que um doce dia.

Alegria, vem passando o comboio
Que me levará meus sonhos
Me deixando só com tudo o que sou.

Ai, além terra quero mar,
Reconhecer o passar e deixá-lo estar
No inconsequente delírio de o ser todo igual.

Chamas da vida paralelas
Á água salgada de meus olhos corajosos.

Foram-se de mim e nem os vi,
Arrancaram pedal em frente
Consumo estridente de gasolina!

Onde ficou a minha deveras crucial multiplatina androgenia de ser universal?

Canso-me de não me cansar.
Forças infinitas,
Não sono,
Não nada,
Só vida sempre me a jorrar
E eu sem a querer afogar
Ajudo-me a senti-la o mais que posso.

Além mar, já nova terra por desbravar
E lá sou estrangeiro
E ninguém me sabe o nome,
Deixam-me só, comigo,
Só,
Que alegria imensa, sou incógnito
Como imprescindivelmente
Me sinto intimamente,
Só e o nada me faz ser quem sou!

Nem há palavras meigas,
Só trocos de dinheiro e eu só,
Feliz de só!
Só na imensidão de espaço de meu ser interior
Vendo a fábrica humana em desenvolvimento.
Máquina deveras imperfeita
Mas tão exageradamente eficiente!

Ai, larguem-me nas engrenagens
Que meu sangue salva o mundo,
Ou a mim, só, só a mim.

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