segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Cigarro tu que és amigo de quem
Contempla,
Amigo de quem invoca a morte ao presente.

Chama dos tempos primordiais de um fogo
Inspirado pelo mais divino dos órgãos
Que nos sustêm:
Pulmões.

Cigarro, por mais que hoje muito humano
Te diga diabo,
Te asseguro divino.
Me ligas ás tribos que vivem ainda na floresta
E me sirvo orgulhoso, ao propósito,
De te acender e inspirar.

Cigarro, tu que tiras
Forças para dares aquelas outras,
As essenciais,
Do pensar, o sentimento
Como forma espiritual do humano.

Cigarro tu que em excesso matas
E em calma iluminas
O fogo transcendental da consciência.

Cigarro, tu que me deslocas da tontura
Do produtivismo
E me asseguras que o real prazer
É saber-se vivo e assim
O se sentir bem dentro de si.

Cigarro, isto que és, que és tu, e que eu te agradeço.

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