segunda-feira, 22 de novembro de 2010

É tarde na manhã ,
Me cansa o físico e suas doenças,
Visto o casaco
E vou à rua buscar pão.

Como eu, entra uma jovem
Que se esconde do mundo
Com ostentação.

Fico-me logo tenso e descoberto
Pronto a desfalecer ou enlouquecer.

Me controlo entre o pensamento fútil mental
E o pensamento fútil do real
Que oiço e vejo os velhos
A falar à nossa volta.

Simultâneo desprezo e afecto
Por esta gente
Que ocupa os arredores da capital
Com seu pensamento certo e simples.

Olho-a de relance e
Me olha com interesse feminino
De baixar cabeça discretamente envergonhada.

Eu não sei
Se me permito envergonhar
Mas enlouqueço, certamente, um pouco mais.

Distâncias do prazer…
Já lhes meti bandeira mas as financio de longe.

Mantenho-as,
Mas são como ilhas longe da Terra-Estado.

E ilhas não se mexem
Mas este ser se mexe e de forma
Deveras deliciosa.

Não lhe quero mostrar demasiado interesse
Que ainda tem ela a ousadia de me interceptar existência.

Meu fogo arde só minha querida,
Hoje não,
Havias de me encontrar num dia bom
Á hora exacta em que estou desperto e disponível
A me ceder voluntariamente muito ao mundo.

Mas nesses dias, é certo, nunca te vejo…

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