quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Parado,
Estou paradinho
Aguardo a hora
Esqueço a miragem do que quis minha vida
Floro-a finda, de momento,
A escondo aos olhos dos passageiros
E vejo-a cega me olhando.
“de nada” responde ela
Nem me deixando agradecer,
Meteu-se à frente de meu presente
Roubando protagonismo ao momento
Aliciante de simpatia.

Rédeas curtas no corpo,
Ele me é pequeno mas indomável.

Forjado por forças
Que não as minhas
Veste-se fardado
A uma outra ordem militar, politica
Ou seja lá o que for que é.

Certo, mas parado,
Estava parado,
Paradinho, parado
Na esquina das ruas curvas da praça do João sabes?

Ah que pouco interessa,
És surda…
Para quem me falo eu minha querida?

A enlaçar-me nos cordões umbilicais falsos
Da actual socialização
É que não!

Alheio, alheio me quero
Passageiro a tudo o que hoje
Se grita permanente,
Visceral.

Eu bocejo
Seguindo-se um modesto sim
Pela boca
Como gesto de mão despreocupado.

Visto o casaco que começa a ficar frio,
Olho as horas do relógio da praça
E me parece que parado
Pois não pode ser,
São horas da noite
E raia o sol!

Esqueço,
Deve ser miragem de minha sedenta mente.
Vou comer
Que passa o céu
E vem terra para o estômago se me acalmar.

Saliento com orgulho
Que almocei por 4,90euros tudo!
Desde sopa, prato principal, café, sobremesa, cerveja
Assim sim ali no café “além-mar”.

Moças me vislumbram o olhar
E eu de vermelho ficar
Se me sorriram tão prazeirosamente.
Nada de me diminuírem,
Antes aquele jogo
Belo e estratégico
Que os adultos fazem
Por entendimento mútuo.

É, hoje vou dar um passeio,
É certo,
Um grande passeio!

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