quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Conversa pacata
Ali com o senhor do tempo.
Diz que chove todo o fim de semana
O que é deveras aborrecido.

No inicio da ponte
Bocejo a mente
Para a esquecer
Em movimento.

Ó António manda-me aí a corda
Que me apetece sentir até que voo.

O tempo do concreto
É tão cansativo…

Posso eu acreditar em passos
Mas fazê-los sem estar encantado
É desencantador para mim.

Diz que a mulher vai agora, em breve,
Governar o mundo…

Ora, já não era sem tempo.

Estou à espera e ansiando
Por isso
Desde que pequeno vi
Que é a mulher
Que me compreende e sorri.

Daí, e também por falta dela,
Efeminei-me para me entreter.

Mas não o queiras poder ver,
Pois de fora sou um homem,
Bem homem
(como a mulher me quer).

Acho que sirvo para isso nesta vida…
Sirvo para servir a Mulher.

O homem sempre me cansou
Com suas ideias
De competição e dominação.
Parece que não tem mais nada que fazer…

Eu vejo-me gostado por mim
E pela vida, quando apenas caminho por aí.

As coisas simples são as que dão mais
(porque sabem receber)
Mas é preciso
Muito desaprender para aprender
A apreciar isto.

Fossem os pais não uma instituição
Que os filhos cresceriam mais rápido,
Mais fortes e sinceros.

Mas é sempre aquela coisa
De deixar andar,
Deixar andar sem se gostar.

Há um enorme cansaço.

Eu também o sinto
Mas fica-me só no peito,
Físico,
Deixando minha mente livre
Para pensar tranquilo.

Parece que está próximo o natal.
Essa coisa que nada aprecio
Mas bem, até consigo hoje apreciar
O quão outros o apreciam.

Se não sinto eu,
Sinto pelos outros
E assim vou sentindo
Tudo deslargadamente
(sem preconceito, pretensão, virtude).

Antes de haver internet
Faziamo-la pela rede da sociedade humana.
O que não sei se não seria mais bem mandado…

No entanto,
Do que vale querer o antes se o já foi?

A única coisa
A fazer, se o tanto se quer,
É trazer um pouco do antes para
O depois de nosso movimento.

O tempo não passa
Embora possa parecer que sim.

O tempo é eterno.
O que foi e o que será
Estão já, neste momento, aqui.

Só que os olhos não vêem isto.
Vemos muito com os olhos…

Só olhando para dentro
Com os olhos do pensamento
Se pode realmente ver o tempo,
Finalmente, como isto que digo, eterno.

Portanto, que não haja medo de perda
Ou mesmo, que não haja, medo em geral.

Deve-se sempre andar para a frente
Mas levando o tempo(passado) connosco.

Assim estaremos vivendo a eternidade
A cada momento.

E a eternidade é, para não dizer mais,
Indestrutível.

(Sê forte então e caminha(contigo)).

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