Ó mulher se tu não tivesses corpo
O que tu serias?
Sonho-te em sossego
E vejo-te em brasa.
E nas praias te deixas e deitas
E me excitas mais
Que podias se me falasses.
Que eu as quero a todas
Ao mesmo tempo,
Que todas são uma só,
Sei-o bem!
Olho-te nos olhos,
Ó mulher,
E sei que me amas!
Podes me não conhecer
Mas amamo-nos visceralmente!
Antes tinha-te medo,
Ó mulher,
Porque me pensava em cristandade
Monógoma com outra.
Mas hoje…hoje…
Ó mulher
Hoje amo-te plenamente!
Desde aquela com que ontem dormi
Até esta que me olha agora de sorriso doce
E curioso.
Amo-te em destreza de me saber dar
E em saber que tu,
Ó mulher,
Tu me sabes sempre receber!
Mulher, é um ser universal
Não se encerra em corpos sozinhos.
A mulher que tu amas tem
As feromonas que te encaixam a antena.
Quem de mim eu fui?
Medo de mulheres jamais!
De homens sempre,
Que eles não sabem sê-lo.
Isto é, homens ambicionam meu mesmo trono.
Homens, a maioria,
São crianças com pila.
Eu tenho a minha mais viva
Na mente e assim a desloquei para o coração
Para amar tudo então!
Querem-me sossegado, civilizado?
Ai, é que não!
Um homem viril
Não sabe o que é isso de consumir.
A mulher consome distraidamente
Para a distrair de sua tarefa magistral: dar à luz!
(Ó minha querida
Falas-me nesse tom de desdém…
Não sabes o quanto te podia fazer bem.)
Quero me alcançar em tal pose
De sacrilégio que o que apenas busco
É compreensão feminina,
Isto é, muito sexo!
Que o racional
Já o tive bastante
Mas é coisa de homem
E assim irrelevante.
Agora, a mulher não é faculdade de direito
Mas de Dever!
Até a mulher puta
Sabe o que eu quero dizer!
Vamos então,
Como pausa de palestra e para festejar
Esta ultima deixa,
Praticar o amor com nossas progenitoras
Que nos não deram à luz
Mas nos têm, sempre que podem, nus.
Está feito? Foi bom?
Pois então continuemos:
A mulher sabe insinuar.
Muitas vezes não sabe falar.
Ela dança com as energias
Da compreensão afectiva,
Que talvez seja a compreensão universal.
Assim ela foi equacionada burra
Nas passadas gerações “nossas”.
Mas digo agora a mentira que foi
Essa momentânea verdade.
A mulher sabe sentir
E sabe precisar
Sabe pedir e sabe desprezar.
O homem não.
Ou é um cão dócil que se
Dá bem com tudo
Ou não quer nada com ninguém
E o demais, razão para rosnar e atacar.
(Só será sensato tendo
amado antes uma mulher.)
A mulher sabe insinuar tudo isto
Em leve devaneio
Que é efectivo e sólido.
E dos que estão presentes
Seu gesto é ouvido!
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