terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Muito delicado é este estado
De êxtase intelectual.

Tanta ideia ou conclusão
Parecendo certa ou adequada ao espaço nela envolvente,
Pareço criar um DNA dum sentimento.

Um quanto cresce a amplitude
Da mente com o cansaço,
O alcóol ou a ressaca,
Fico mais perto do que quero,
Aquele estado com um pé no real
E outro na transcendente ideia da mente.

A realidade nunca me preocupou muito,
O que eles são o que as coisas fazem no mundo da cidade
É para mim matéria que bem misturada
Cria ideias e verdades
(Talvez) passageiras.

A vida real para a qual nasci
Não está de acordo com o que eu considero vida,
Logo vivo essa vida ideal na mente e agora
Pareço começar a transpor naturalmente
Essa vida ideal para a vida no real
O que me parece bem conseguido.

A mente, meu mundo da mente,
Sempre foi a minha casa natal
O local onde podia brincar e ser
Sem consciência ou gravidade.

É o meu mundo
Aquele por mim criado,
Aquele para mim que devia ser a realidade.

Mas não é.

Hoje não me chateio com isso,
Porque na verdade o mundo
Cá de fora é de todos
E eu quero um só meu.

Tenho muito que resolver na minha mente,
Tenho muito que pensar e compreender,
Evoluir no fundo é a minha vontade,
Como pessoa, como alma,
Saber até onde posso chegar
Com esta minha existência.

Nisto tenho que ter cuidado com a realidade,
Porque esta salpica com tinta
Não desejada
O meu castelo de pedra
A ser construido com calma,
Sem ganância ou incoerencia.

É muito perigoso o poder
De persuasão do mundo real,
Principalmente para mim
Que levo uma criança
Carente e simples ás costas.

Tenho que a controlar
E explicar que eu é que a levo ao céu
E não o mundo lá fora.

Mas ela não compreende a minha ambição
E fala numa lingua infantil o seu grito de carência.

Para mim esse grito
Também já não me diz nada,
Sinto que os dois podemos ir juntos
E triunfar sós.

Ela grita carência e só quer amor,
Eu grito que esse só quero encontrar e ter
Quando o terreno á volta for propício
A que o amor cresça sem intercepções
Alheias e indesejadas.

Vivo neste conflito constante,
Louco em parte mas consciente
Dessa mesma loucura.

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