terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

A realidade acaba por ser
Mais louca que a ficção.

A loucura que se me atravessa
Nesta minha realidade lisboeta
Numa festiva passagem de ano
Faz-me parecer um obscuro manifesto
À actual situação humana
Desta cidade, deste mundo.

Quem diria que somos seres humanos?
Quem diria que somos comuns aos aborigenas?

Pois as realidades concedem-se
A um espaço curto e limitado
Que se obscura de possibilidades possiveis
Ao alcance.

A verdade é que o que eu pondero sobre isto que vejo
Em nada vai afectar
É um acto isolado
E nisso me aprecio
Porque no fundo não critico nem avalio para fora
Senão para mim
Se os outros lerem isto serão eles
Uns duplos da minha
Mente observadoura.

Quem pondero agora é so um misto de frustração e desespero
Não procuro dizer nada a ninguém senão a mim mesmo
E mesmo penso que não se aplica a mim mesmo
Talvez aos deuses, ao ar, aos espiritos.

O pensamento é ilimitado e vai e fica
E é criado, produzido, modificado,
Fica e pode ir e assim é
E assim ficará e será.

Escrevo dentro do carro não triste
Mas abatido por um mundo que não aprecio
E do qual tenho medo e vergonha.

Esse tal mundo que em pedaços quero conquistar em meus pés
Por minha mente e corpo
Andar sem quem o responsabilizar
Senão eu mesmo.

Filmo por entre espaços reais de angustia e frustracção
Buscando qualquer iluminação que me faleça
O espirito orgulhoso e me busque o tenro.

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