quarta-feira, 9 de março de 2011

Em passo compreendido
Pelo que se acha de si
Vagueia perdida
Pelo caminho que se ilumina
Sozinha à luz das velas.

Encontra um “pedaço”
E lhe chama de amigo,
Corre o vestido para a manga
Até cair no chão.

Não mais há razão
De o vestir
“estou só tu e eu”
Diz ela ao “pedaço”.

E o “pedaço” pedacinho
Vai encontrando seu caminho
De encontro ao coração dela.

Ele que não a quer nem a sente
Está mais perto de seu ente
Que a vida passada dela.

Salta uma brisa
Ainda que pequena
Enerva o frio
Descendo o termómetro orgânico
À angústia da mente.

Foge sorridente pois sabe que assim se aquece.

Não tem amigos mas tem um “pedaço”.

Quando alcança, mão tão vã no alpendre
Da casa abandonada
Cai “pedaço” pedacinho ao chão
E salta a alma!

Onde está o “pedaço”?

Onde ficou ele?

Mão vã a agarra
E a leva para dentro.

Nunca ela vê mais
Que a mão vã,
Que do cotovelo ao resto
É tudo negro, sombra…

Quando ouve a voz
Não a compreende
E neste desterro
Grita de medo.

Agarra firmemente ela,
A mão vã,
Aparece da sombra o “pedaço” pedacinho
E de lá já ela mais compreende…

Ligam-se as luzes
Raia o sol
Viram-se as cruzes
E deixa de ser tudo.

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