terça-feira, 8 de março de 2011

No encanto perdido do céu assente
Vislumbro meu menino dormindo.

Olho a lua e ela me não responde
Apenas fica como Deusa
Me olhando com ostentação.

No enorme rochedo da praia
Vulgarizo meu pensamento
Em posse de tão ventosas ideias
Que ao lado do rochedo
São borboletas histericamente frágeis.

Alcanço o meu caminho,
É pequenininho
Como eu
Mas cedo se expande num não caminho
Que é o mundo
Que sou eu.

A areia se foi
Aqui há terra e da terra
Nascem plantas e árvores que me orientam
Os pés até as mais não haver
E aparecer,
Aí sim,
Cimento alcatrão.

Cheguei á cidade
Onde minha voz,
Felizmente,
Encontra outras e onde a compreensão
Pode existir com algum esforço.

Há-os cafés e esplanadas
Sons e caladas mulheres que se mostram.

Sentei-me ao canto da confusão
E vem-me uma criança sorrindo
Vender uma bugiganga qualquer.

Eu lhe sorrio
Dou-lhe uma festa
E um euro para a mão.

Não que seja fã de dar esmola
Mas já que a tenho e ele me pede
Mais merece ele
Que o estado que pensa que me antecede…


Está sol e não está mal de calor,
É-o totalmente acolhedor e nada abrasador.

Veio-me também falar sozinha
Uma menina escondida
Que me perguntou por horas.

Disse que não as tinha
Ao que ela me concedeu Nada.

Vem por mim,
Assim…
Do tão pouco de me esforçar
Albergo tudo o que está no ar.

Á noite vou jantar com uma senhora
E já me antecipo em carinhos impropositados.

Que armazeno o sol
De agora
Para a lua de outrora.

Quero-lhe bem
Ela é que não me quer…

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