quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Quando aparentemente se
Cai a porta ao chão
O céu parece possível
Tal é a imensidão do horizonte.

Ser isto é estranho
E levá-lo em vida
Mais estranho ainda.

Gosto de me sentir
Assim perdido
Na abrangência do que escolhi.

São memorias
Que lembram romances
E livros tantos
Esquecidos
Que agora vivo.

Sempre segui o que sinto
Que devo descobrir.
Ver por onde vai
A profecia da novidade.

Explorá-la,
Abraçá-la,
Absorvê-la
E continuar.

Viver largado
É o grande medo
Dos demais, não é?

O meu grande medo
É viver uma vida
Sabendo que poderia-a ser
Em muitas.


Alguns dizem que não há tempo,
Outros é o espaço que sufoca.
Mas esquecem-se que isso tudo
São conceitos de consciência.

Aliei-me à morte
Para me tornar
Insensível ou
Impenetrável ou
Somente imutável
Às pressões circunstanciais
De minha vida.

Aliei-me à morte
Para me obrigar a ser
Isto que sou.

Quando se tem
Como ultimo recurso
A vida do submundo
E o niilismo
Parece que o mundo normal
Nada pode fazer para o deter.

É muito simples:
Se queres ser quem és
Tens de te tornar impenetrável,
Não necessariamente crente
Do que procuras,
Apenas impenetrável.

E a melhor forma de o ser
Derradeiramente é aliares-te à morte,
Que é a Mãe de todas as coisas
E à qual toda a vida se silencia.

Acredito mais no que sinto
Do que na realidade, é só.

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