segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Passo à volta de ti
Enquanto tu giras o mundo
Te à procura.


Comendo-me um segundo,
Longe amanhece o vento prolífico
Da amargura.

Nasce o homem recto,
Seguro e confiante.

Quem sou eu?

Interrogações  tão medíocres…

Existencialmente não existe.

Como compreender a vida
Se a não viver?

Em passo profundo te olho ainda.

Mas te não toco
Pois existes em mim.

Não me interessa que te tenhas levado por aí.

Eu não cuido quem se mal-trata,
Cuido quem pergunta.

Pudesse a vida
Me perguntar coisas
Como, como sou assim.

É tudo um segredo bem guardado.

Memórias que geram profecia
E a vida existe incógnita?

Deixa-te disso.

Estou sempre à beira do precipício.
Sempre entre a vida e a morte.

A disciplina é manter-me no limbo,
Escorregadio
E com esforço só meu
Pondo-me no lugar.

É um jogo solitário,
Um jogo intenso
E determinante.

Corro as cortinas e me esqueço,
Lembrando-se algo ou alguém de mim.

Portanto será que o que eu gosto mesmo
É de não existir
E nisto ver-me
Existir como que além de mim?

Pois, pode ser.
Que quando a vida
Não me chama
Eu chamo-a para mim,
Só para mim,
Enquanto aqui, estático, eu escrevo.

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