sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Complicado tentar assegurar na vida um algo que de virtual se desvirtua pela sensibilidade alheia.
Dizia-me ela que os portugueses são muito sensíveis, muito emocionais. Ó, a quem o dizes amiga,
a quem o dizes... Nasci aqui e nem sei donde vim. São mistérios absurdos que mais vale não entreter.
Vale a vida a viver. Sensível demais guardo pedras e mais pedras mortais. É o que me faz ser assim,
alegre, porque - aparentemente - voluntária é a minha tristeza e angústia. A rectidão dos mercados,
dos números, as imensas civilizacionalidades desta estranha humanidade a que pertenço. Coisas
do tempo e coisas do meu tempo enfim. Fosse-se falar da matemática que existe no processo
artístico da criação... Coisas, apenas coisas, não é verdade? Pois o que paga a comida que meu corpo
aprecia, hã? Não sou de gastos efectivamente, não sou um modernista nesse sentido. Contento-me
com pouco e o pouco se contenta muito comigo. O dinheiro é uma chatice, pede para ser gasto...
E quanto mais se o gasta mais ele salta de alegria e nos envereda pela teia (sem centro - que eu
conheça) da sociedade que morde a cauda ou a cauda a morde, não sei... Um pouco no ar sinto-me eu.

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