Poeta poetinha.
O ser que primeiro cria
Depois tenta viver
Para mais poder criar.
Esqueces, ali atrás,
Teu sofrimento
E largas braços
Num abraço ao mundo.
Corres no parado
E paras quando corres.
O movimento,
Meu querido,
A fluidez,
Minha querida,
Virtude de quem tudo vê.
Poeta do descobrimento
De quem assombra a vida
De tal veste de contemplamento.
Ontem foi chuva
E tanto vistes raiar o sol.
Todos te estranharam ao sorrir
E tu ofuscado pela luz disso
E tudo o mais
Metias o escuro dos óculos
À frente dos olhos.
Perpé-tua sangue
Em melodia poética
E o não do mundo
É de um gozo enorme!
Viver contrariado
Porque se sabe demais
E o encontro é chamado desencontro pelos demais.
Poeta não descansa
Só
Parece (descansar).
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