Tanta coisa que me aguarda
E não guarda.
Tanta coisa que me irá vir
Tanta cena que não encenei
E terei que improvisar no momento.
Tanta coisa mil
Que sei que serei!
Porra! Que tenho medo
De conhecer demais a morte
Estando ainda por viver muito!
Já me conheci a mim
E logo me veio Deus intrometer-se…
Assim, fui-o e que me resta
A mim, pobre alma,
Que descobre a vida?
Viver?
Doutrina que não se ensina
Por não existir?
Ah sim,
Por certo viver.
Ser novamente filho
Disto tudo
E rosar as faces num
Incontrolável desígnio
Que não se conhece previamente.
Tanto amor por conhecer
E mais, muito mais,
Por dar, espalhar!
Ai, o quanto quero eu
Ser santo sem morrer sendo-o.
No desconhecido
Estará Deus,
Por certo.
Se o conheci agora,
Rápido me enveredei
Por caminhos que não sei.
Me levaram eles
A mórbidas visões
Das quais não sei soluções.
São essas, onde eu,
Outro,
Descubro novo Deus
E me canso dele por me dele
Dar tão bem.
Há mais?
Há por excelência sempre mais!
Ai, tantos Deuses!
Tanta vida desconhecida
Que há que se conhecer!
Febre-me a alma em sangue
E corpo de espírito,
Novo cigarro e tudo se alinha
No correcto de minha identidade,
Que por certo,
No certo,
Não existe.
Para quê se existir já
Se ainda há tanto por existir?
Ai sim, sangro-me alma
Porque desejo mais que ainda ela!
Que há de mais acima que a alma?
Deus?
Sou deus então.
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