segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Acreditei piamente
No amor enquanto este durou.

Agora quando olho para trás
Ou vejo fotos ou imagens choro
De desinteresse
Por aquele sentimento
De tão longe estar dele.

Não mais tenho de apaixonante e divino
Só a minha triste, lúcida racionalidade.

Parti sozinho e deixei tudo
Para trás e o que não
Deixei foi embora também.

Que desinteresse me estranho,
Sinto agora nesse amor, nessa paixão.

Parece que em certos aspectos
Já não me acredito
Nessas condições divinas.

Abracei o racional e deixei
O sentimento brutal de amar
Alguém para trás.

Estou vazio,
Puramente vazio,
Acho que também em tempos
Quis saber como era estar perdido
E sozinho para com essa noção
Me decidir pela minha salvação.

Tenho de saber se há realmente
Perigo,
Tenho de saber até onde verdadeiramente
Chego.

Tenho de saber principalmente
Pelo caminho da dor e não do prazer.

Isto não quer dizer que
Não retenha
Da minha infelicidade e solidão
Um enorme prazer na minha razão.

Sou um sofredor do prazer,
Isto é tenho de saber o oposto
Da alegria e calor,
Tenho de conhecer
O frio e a tristeza para poder
Dar mais valor ao “bom”.

Tenho de saber se esse “bom”
É realmente bom o suficiente
Para poder assim
Sacrificar toda a minha capacidade
De frieza e de lucidez
Com que chego
Com a minha razão.

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