segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Silêncio total
Destas janelas duplas
É-me demais.

Silêncio a mais não é bom,
Só se for o do campo
Que não é silêncio
É antes um constante
De milhões de barulhos
Que se harmonizam criando
Um silêncio,
Que não é silêncio,
Acolhedor e fraterno.

Luz lá de cima
Quero fotossíntese
Portanto quero sol penetrante em mim,
Não sejam egoístas vós ,
Ó vós nuvens imponentes
Que só me turvam a visão
Tangindo-a de escuro.

Quero luz
Que a luz me faz bem
Desligando-me do mental
Fazendo-me sentir
O espiritual que é o real animal
Que há dentro de nós.

Formo bolas de ideias
E deixo-as ser sozinhas
Soltando-as no papel,
Presas à realidade
Mas não ao pensamento.

Sofro de semi-insónias
Pois a vida é farta
E ideias e desejos fervilham
Por entre minhas portas da mente.

Quero ser aquele e ter aquilo,
Quero ter aquele e ser aquilo.

Quero muito e muitas coisas
E para escrever se calhar
Tenho de me privar delas
Para surgirem em poções poéticas de arte divina.

Formosa é ela e ela,
Formosa é a mulher,
Formosa é também a vida pois é femenina
No meu bem entender.

Quando falo com ela
Ela responde-me em voz calorenta e amorosa
Como uma mãe querida
Que me incentiva a viver sem medo.

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