segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Estranha uma vida
De passageiro,
Longe de seu lugar-mãe
Longe dos seus.

Tudo parece o mesmo
Porque tudo é o mundo
E as pessoas.

Começa o despiste
Tudo corre e tu aparte.
O mundo pensa em ti e
Tu não nele,
Estás aparte
E a vida é dificil.

O que fazer
Quando o calor
Da noite está longe
De ter acabado?

Como começar algo que nunca
Começou e onde está
O fim da meta que
Ninguém escolheu?
Onde corre o rio sem fim?

Longe de ti,
Longe de ti concerteza,
Que medo sinto dessa falta de energia e calor humano.

O vento corre e tu o sentes
Mas já não o sabes pôr em palavras,
Tudo acabou e nem deste
Por isso, qual o erro
No meio disto tudo?

Longe, longe de ti concerteza.

Medo será?
Será medo o que nega
A vida,
Prescindindo dela
Ao viver em vês disso
Uma vida de ilusão
À frente da televisão
E em desejos que mais
Não são do que moedas
Para uma carência espiritual.

Qual o medo de viver?

Saber ter um nome e não o dizer,
Dizer outro para o esconder.

Não sei.
O tempo é um constante julgador
E tão sereno e altivo
Que não há como o julgar.

Mãos finas e pêlos fortes
Estranho acontecimento esse.

Que ponte esta que me ofusca o olhar
E me penetra a alma abatida
Curando-a parcialmente de sua doença?

Doença essa que é o pensar
O pensar é sangue escorrendo
Pelo chão da calçada,
Deixado ao relento
Sem ninguém para o usar.

Meu sangue é divino.
Faz-me ter, sentir, pensar
Sem ele não existia de facto.

Mal meu pensar que isto seria
Tudo um mar de rosas,
Longe está a realidade
De corresponder a isso.

Foge de mim sentimento,
Foge de mim que já não te sinto,
Eu agora quero estar
Sozinho vazio, deixando-me
Morrer aos poucos em plena
Ataráxia, deixa-me falecer
Pois é isso que mereço.

Meu lema é: se não fazes
Pela vida deverias morrer.

É talvez uma idiotice
Não sei,
É uma força de vontade,
É uma vontade de iniciativa.

Quero começar ou acabar algo
Não continuar.

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