quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Noite que eu sou
Noite que sempre fui
Filho da noite
Da solidão e do silêncio.

Tanto que me tornei
Insensível e cínico em
Relação ao mundo.

Tanto que já não
Acredito naquele sentimento
Que chocalha o corpo.

Parece-me ele também falso e fútil
Já que o já tive e
Não durou, sofri
E é chato sofrer(tanto) assim.

A distância que afastou-me
De todos,
Afastou-me do passado,
Obrigando-me a idealizá-lo
Para que me substitui-se o presente.

Cresceu tanto essa idealização
Que já nem nada tem de
Verdadeiro e só me comeu
A juventude do presente.

A juventude de crer viver
E acreditar de novo.
Acreditar que poderia
Funcionar e não acabar
Com a distância.

É o passado, é o presente
É talvez até a minha
Vida futuramente.

Uma noite bela e
Sossegada com a luz
Do sol a se
Reflectir plena e
Majestosamente na pequena
E esburacada lua.

Sem comentários: